O setor de madeira e móveis do Brasil é prioridade para entrar na lista de exceções dos produtos exportados para os Estados Unidos com tarifa de 10%, suspendendo a sobretaxa de 40%. Pleito com esse objetivo foi apresentado na tarde desta terça-feira pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc) e pelo Fórum Parlamentar Catarinense ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que confirmou essa prioridade.
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Líder, pelo Brasil, das negociações do acordo com os Estados Unidos, Alckmin recebeu lideranças de SC para audiência, que foi agendada pelo presidente do Fórum Parlamentar de SC, Pedro Uczai. Participaram o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, o ministro da Agricultura, Carlos Fávero, um representante da ApexBrasil, mais os deputados federais Ana Paula Lima, Valdir Cobalchini, Rafael Pizenti e Fernando Vampiro.
Veja mais imagens sobre a reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin:
– A reunião foi convocada para discutir a situação das indústrias de madeira e móveis e o vice-presidente Alckmin disse que estes setores são ‘a prioridade das prioridades’, em função do que representam para a economia – disse o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, que representou o setor empresarial.
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Conforme Seleme, Alckmin traçou um cenário com expectativa de evolução para a negociação de acordo com os Estados Unidos e disse que já foi solicitada a suspensão da tarifa de 40% ao setor de madeira e móveis enquanto a negociação do acordo geral continua.
– Primeiro ponto: madeira e móveis são a prioridade das prioridades nas negociações com os EUA. Inclusive, o presidente Lula, quando na ligação telefônica com o presidente Trump, entre outros temas, solicitou a suspensão dos 40% na tarifa, mantendo só 10%, e continuar a negociação para os demais produtos – destacou Uczai, também destacando a afirmação de Alckmin na reunião.
Uczai afirmou que é perceptível que o setor de madeira e móveis é um dos que mais sofrem com o tarifaço. Além disso, segundo ele, existe uma pressão dos importadores de produtos de madeira do Brasil nos Estados Unidos junto ao governo Trump. Isso porque os EUA necessitam de muita madeira, os estoques estão baixos e os preços, subindo. Essa também é uma motivação que pode ajudar na decisão de uma exceção ao setor.
Outra sugestão da Fiesc foi a ampliação e revisão do programa do governo federal, de ajuda às empresas atingidas pelo tarifaço para que fornecedores do setor, com impacto indireto, também sejam incluídos.
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Na avaliação da deputada federal Ana Paula Lima, foi uma reunião com resultados importantes tanto pela decisão sobre o setor madeireiro, quanto sobre outros temas, como garantia de sanidade para importação de banana, promessa de busca de mercado para a banana brasileira na Índia e outros temas.
– Foi uma reunião com foco específico para a madeira e o setor saiu satisfeito. Isso porque o governo Lula está colocando o setor madeireiro como prioridade nessa negociação. Alckmin destacou na reunião que o setor é prioridade número um neste momento – observou Ana Paula Lima.
Para mostrar a relevância do setor de madeira e móveis de SC, o presidente da Fiesc entregou a Alckmin um documento que destaca números do setor. Em 2024, empresas catarinenses responderam por 36,7% das exportações brasileiras de produtos de madeira. Do total, 41% foram para os EUA e SC liderou.
O documento da Fiesc destacou que SC emprega 25% dos trabalhadores que atuam no Brasil nesse setor. São mais de 43 mil empregos diretos, mais de 2,6 mil empresas, representando 19,2% do total de empresas do setor no Brasil.
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E a indústria de móveis do estado responde por 27,6% das exportações do setor, mas responde por 46,5% das vendas aos EUA. Ainda sobre o setor de móveis, o estado tem 30 mil trabalhadores, 3,3 mil indústrias, sendo 13,1% do total de empresas do setor no país.
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