Um novo movimento que surgiu durante o Festival Brasileiro de Cerveja (FBC) realizado na última semana no Expocentro Balneário Camboriú é o de criação de uma associação nacional para defender os interesses do segmento de produtores de cervejas artesanais. A futura entidade já tem nome: União das Cervejarias Artesanais Brasileiras (UCAB).
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Essa mobilização foi realizada durante o FBC com fabricantes de sete estados. Isso porque o segmento enfrenta diversas dificuldades, com o fechamento de empresas devido à queda de consumo e custos produtivos elevados, explica um dos líderes da iniciativa, o empresário Ronaldo Rossi, de São Paulo. Segundo ele, existem duas entidades nacionais de cervejarias artesanais, mas elas não estão defendendo quem produz.
– Para se ter ideia, só este ano, em São Paulo, a gente já teve pelo menos 14 encerramentos de atividades de cervejarias artesanais. Está difícil para todo mundo, mas o mais importante é o entendimento sobre a gente poder fazer alguma coisa para tentar reverter minimamente essa situação. O pós-pandemia, para a gente, foi muito complicado – explica Ronaldo Rossi.
As fabricantes artesanais tinham cerca de 3% do mercado nacional de cervejas, mas, agora, estão com menos de 2%. A maioria das empresas tem alcance regional. De acordo com levantamento do Sebrae, somente 9% das cervejas artesanais do país têm presença nacional de mercado.
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Entre as principais causas do baixo consumo no Brasil, segundo o empresário Ronaldo Rossi, estão a queda do poder aquisitivo do brasileiro, que acaba optando por cervejas comuns, com preço mais acessível, a tendência de os jovens beberem menos e a inflação alta.
Na opinião dele existe um potencial de crescimento do consumo de cervejas artesanais no Brasil em função da qualidade dos produtos e por serem feitos sem conservantes. A cerveja artesanal pode ter sabores de frutas e permite mais harmonizações do que as comuns.
Empresários do setor acreditam que pode haver uma redução da carga tributária, que hoje é praticamente igual a de grandes cervejarias. Uma alternativa pode ser a inclusão do segmento como produção do agro, porque cerveja é um produto de agroindústria.
Outro diferencial é que as cervejarias empregam mais pessoas proporcionalmente. Para produzir 100 mil litros de cerveja artesanal, são criados sete empregos. No caso de uma grande cervejaria, é necessário apenas um emprego.
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