Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter divulgado a prometida lista de tarifas recíprocas, nem todas as taxações estão definidas. A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Maitê Bustamante, alerta que o governo americano ainda estuda a situação de madeiras e derivados, que podem ter tarifa maior que os 10% anunciados ontem. Mas, para ela, o Brasil ficou em situação favorável no tarifaço e deve partir para negociações para conquistar mais mercados.  

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– Uma pendência que prevalece é de taxas para madeira e produtos derivados. A investigação do Trade Expansion Act, mais conhecida como investigação 232, que ainda não foi concluída e trata de verificar o impacto desses produtos na segurança do Estado. É o grupo de tarifas da política de comércio justo e recíproco, no qual foram incluídos os automóveis, aço e alumínio, com 25% de tarifa – explica Maitê Bustamante.

O conjunto de produtos de origem florestal exportado por Santa Catarina aos Estados Unidos é o que resulta no maior faturamento do estado no mercado americano. No ano passado, SC exportou aos EUA US$ 1,74 bilhão e, desse montante, US$ 765,76 milhões resultaram de vendas de produtos de origem florestal, como madeiras para construção civil e móveis.

Mas ao analisar o conjunto das tarifas anunciadas por Trump, que devem provocar grandes mudanças, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc avalia que o Brasil tem grandes oportunidades para conquistar mais espaços no mercado internacional.

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– Minha bandeira é que há uma oportunidade brilhante para trabalhar mais intensamente o mercado americano para suprir o fornecimento dos outros players que tiveram tarifas elevadas para esse mercado. Também é o momento do empresário ampliar seu portfólio de clientes para uma diversificação de mercados – recomenda ela.  

Brasil fica em boa posição e pode ganhar mercado nos EUA, avalia economista-chefe da Fiesc

Na avaliação de Maitê Bustamante, a ordem econômica mundial alterou-se profundamente e as consequências são inúmeras. Uma das principais é o fato de Trump ter provocado a união comercial impensável do Japão, Coreia do Sul e China….

Para a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, este é o momento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin retomarem com força a promoção da união regional do Mercosul.

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