A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em parceria com o governo do Estado e o Sebrae, realiza nesta segunda (10) e terça-feira (11) missão empresarial na Argentina. O objetivo principal é ampliar as exportações de móveis, um dos setores econômicos de SC mais afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. A iniciativa conta com apoio do governo do Estado e do Sebrae/SC e tem a participação de 23 empresas exportadoras.

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A programação oficial começa na tarde desta segunda-feira, com reunião empresarial na embaixada. Terá uma apresentação do embaixador do Brasil na Argentina, Julio Glintenick Bitelli, palestra do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, sobre a economia do estado, apresentação do presidente da Fiesc, Gilberto Seleme e participação de entidades da indústria da Argentina. Na terça-feira, serão realizadas rodadas de negócios.

– Esse é um excelente momento para intensificarmos nossas parcerias comerciais, já que a economia Argentina tem sinalizado uma recuperação – destaca Seleme.

Para o empresário, a projeção de crescimento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina este ano é positivo. Esse crescimento também é acompanhado de menores taxas de inflação, o que pode colaborar para a ampliação das exportações catarinenses ao país. O Banco Central da Argentina estimou inflação de 29,8% para este ano.

O objetivo da missão é aproveitar oportunidades para ampliar as relações comerciais num momento em que a economia da Argentina está em alta. As exportações catarinenses ao país cresceram 25% de janeiro a outubro. O país se tornou o segundo maior comprador de produtos do estado após o tarifaço, ficando só atrás da China.

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O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina. No ano passado, os argentinos exportaram para o Brasil US$ 13,6 bilhões e importaram US$ 14,3 bilhões.

Fiesc, governo e Sebrae SC juntos

A missão à Argentina é coordenada pela presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante. Por parte do governo do estado, participa o secretário de Articulação Internacional e Projetos Especiais, Paulo Bornhausen. O Sebrae apoia a participação de 10 empresas e tem à frente o gerente regional Norte, Jaime Arcino Dias Junior.  

Maria Teresa Bustamante destaca que é importante buscar novos mercados porque o acordo entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos para o fim da taxação de 50% pode demorar mais do que se esperava logo após a reunião dos dois governantes. O trabalho para chegar a um acordo está com as equipes econômicas dos dois governos e está demorando.  

Empresas sentem o tarifaço

O vice-presidente da Fiesc para o Planalto Norte de SC, Arnaldo Huebl, diz que as empresas seguem cumprindo contratos de exportações aos Estados Unidos, fazendo entregas, mas está cada vez mais difícil continuar os negócios com a taxa de 50%.

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O empresário informa que a empresa que preside, a Móveis Weihermann, de São Bento do Sul, exporta 64% da produção aos Estados Unidos, e vende 36% para o mercado brasileiro. Segundo ele, tem clientes americanos que seguem comprando, pagando 50% para não perder mercado, outros pediram para reduzir os preços em 15%. Mas informaram que se demorar para cair essa tarifa, terão que buscar outros fornecedores no exterior.

A Cavazotto Industrial, do Oeste do estado, atua principalmente no mercado brasileiro, onde tem 6 mil clientes no varejo. Exporta atualmente para o Uruguai e Guiana Francesa. Já vendeu para a Argentina e, agora, vem prospectar mercado, informa o gerente comercial, Leonardo Cavasotto. As vendas externas da marca representam cerca de 2% a 3% da produção.

*A jornalista acompanha a missão empresarial a convite da Fiesc

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