Tanto o ministro da Economia de Portugal, Pedro Reis, quanto outras autoridades no Evento de Ideias da ADVB-SC e Federação das Indústrias de SC (Fiesc), na manhã desta sexta-feira (21), em Florianópolis, defenderam que este é o momento de acelerar a entrada em vigor do acordo Mercosul e União Europeia. O evento sobre expectivas do acordo para o novo bloco econômico teve palestra de Pedro Reis e painel mdiado pelo economista e diplomata Marcos Troyjo, com participações do ex-ministro de Portugal Miguel Relvas e do secretário de Articulação Internacional e Projetos Especiais de SC, Paulo Bornhausen.
Continua depois da publicidade
NSC Total lança comunidade exclusiva de Colunistas no WhatsApp
Na avaliação de Pedro Reis, o momento geopolítico e geoeconômico é histórico para a entrada em vigor do novo bloco econômico Mercosul e União Europeia. Além do intercâmbio de produtos e serviços entre Portugal e Santa Catarina, ele defendeu a realização de investimentos no estado e em Portugal.
– Eu acho que o campo está todo aberto. No que nós pudermos trazer de empresas para Santa Catarina, no que vocês puderem pensar em investir em Portugal, seja qual for a área, nós conseguiremos encontrar um parceiro, o projeto, nós podemos desbravar mercados em conjunto. Agora é o momento de fazer acontecer – afirmou Pedro Reis para empresários catarinenses.
Veja mais fotos do evento com o ministro de Portugal Pedro Reis:
Continua depois da publicidade
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destacou que o acordo Mercosul e União Europeia é esperado há muito anos. Ele acredita que vai trazer grandes benefícios para Santa Catarina e para o Brasil. É preciso superar algumas resistências na Europa na França e na Polônia.
– Esperamos que Portugal, como foi ratificado pelo ministro, seja um dos apoiadores do acordo. Não há nenhuma dúvida quanto a isso, mas é importante não só apoiar, mas trabalhar em favor de que seja acelerado, até o ministro falou em regime de urgência. Eu acho que a Europa precisa acordar para essa grande potencialidade que tem de troca de vantagens. Não podemos pensar que somente o nosso agronegócio vai prejudicar a Europa. É preciso ver outros benefícios. O potencial de consumidores do Mercosul é grande – afirmou o presidente da Fiesc.
Para o ex-ministro de Portugal e agora embaixador honorário de Santa Catarina no seu país, Miguel Relvas, as expectativas para o acordo Mercosul e União Europeia são as mais positivas possíveis. Ele avalia que a política americana de elevação de tarifas gera oportunidades e o acordo contempla um mercado de 700 milhões de consumidores. Enquanto o agro do Brasil terá um mercado espantoso na Europa, os europeus terão um grande mercado ao setor automotivo e outros.
– Vai exigir sacrifícios? Vai. Mas vai, acima de tudo, ser um desafio para ambos os lados, porque enquanto os outros estão a pôr tarifas, nós estamos a quebrar tarifas. E isso é fantástico. Este acordo, se já era importante, agora é uma solução para muitos problemas – enfatizou o ex-ministro Miguel Relvas.
Continua depois da publicidade
O secretário de Articulação Internacional e Projetos Especiais de SC, Paulo Bornhausen, avalia que a segurança econômica e física do mundo passa pela colaboração e esse acordo Mercosul e União Europeia precisa avançar para proporcionar um novo momento para o mundo.
– A expectativa do acordo é que ele vai acontecer, porque chegou o tempo dele. Não só o Brasil, o Mercosul, a Europa e Portugal precisam, mas o mundo precisa desse acordo para ir na contramão do que está acontecendo agora, que é desconectar pessoas, países. O que Portugal trouxe hoje para a gente foi violino, música para os nossos ouvidos porque esse é o momento que a gente vai integrar. Temos oportunidades grandes aos dois lados.

Conforme Bornhausen, outro fato novo dessa visita foi o acordo de cooperação entre Santa Catarina e Portugal, assinado pelo governador Jorginho Mello e o ministro Pedro Reis. O objetivo é uma agenda de trabalho de ambas as partes, para o curto, médio e longo prazo.
Continua depois da publicidade
Na avaliação do economista e diplomata Marcos Troyjo, mediador do evento na Fiesc, a conjuntura de 2025 está muito favorável para uma tramitação rápida do acordo Mercosul e União Europeia. Ele observou que o acordo está concluído, agora precisa ser assinado e uma vez assinado precisa ser remetido para apreciação do Parlamento Europeu.
– No momento em que for aprovado pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos nacionais de cada um dos membros do Mercosul o tempo já começa a correr. O acordo entra em vigor e o processo de liberalização começa. Diferentes setores da economia têm diferentes tempos de liberalização. Por exemplo, o setor de autopeças é um processo de 15 anos. O setor de vinhos espumantes é um processo de 7 anos e meio – destacou Marcos Troyjo.
Para o empresário Ricardo Barbosa Lima, presidente da ADVB-SC, entidade organizadora do evento em parceria com a Fiesc, o encontro permitiu debate estratégico sobre um tema importante da geopolítica mundial.
– O ministro da Economia de Portugal, Pedro Reis, trouxe uma visão diferente, de que o governo é das empresas e para as empresas. Acredito que serão abertas muitas oportunidades – afirmou o presidente da ADVB, Ricardo Barbosa Lima.
Continua depois da publicidade
Leia também
Empresas aéreas oferecem 8 mil assentos a mais para SC no Carnaval
Carnaval vai movimentar R$ 510 milhões na economia de SC, estima a CNC
Catarinense renuncia ao cargo de conselheiro de administração da Petrobras






