Determinada a oferecer conteúdo amplo e consistente sobre governança, gestão ética e seus impactos positivos, a advogada catarinense Naiara Czarnobai Augusto, professora e ex-secretária de Integridade e Governança do governo de Santa Catarina, acaba de lançar livro de 1.080 páginas sobre o tema.

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Com o título “Compliance no café – como cultivar a cultura da conformidade e eficiência na rotina organizacional”, a obra, nas versões português e inglês, foi disponibilizada pela Amazon quinta-feira em oito países e em menos de 24 horas ficou entre as 20 mais vendidas na área de governança corporativa.

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O ebook também ficou entre os 30 mais vendidos na área de ética, onde estão autores renomados globalmente como Jim Collins, que tem 4 milhões de livros vendidos, e outros que são best-sellers em listas da mídia, como Nassin Taleb, no Financial Times, e John Doerr, no New York times. No primeiro dia, o livro da catarinense teve vendas em cinco países: Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Austrália.

– O compliance é um instrumento de promoção de impacto social. Ele não traz apenas uma tranquilidade para o empresário, para a empresa, de que vai existir a manutenção daquele recurso financeiro, de que ele vai obter uma lucratividade maior, ou de que a administração pública vai conseguir executar de uma maneira mais eficaz a sua política pública.

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Ele também garante que isso reverbere na sociedade porque as empresas, se estão comprometidas com o compliance, elas vendem mais, arrecadam mais, não vão ter fraudes nos tributos, os profissionais não vão mentir para seus superiores, o filho que vê o pai sendo um bom exemplo vai replicar isso quando crescer. Então, é todo um ecossistema que se alimenta dessas boas escolhas e, quando a gente vê a sociedade está melhor – explica Naiara Augusto.

Carência de publicações na área

Na avaliação dela, a elevada procura pelo ebook ocorreu porque essa é uma área carente de publicações consistentes. Com especializações nos Estados Unidos e Dinamarca, ela é gerente na área de risco e conformidade na SCGás, trabalha com ESG no Word Trade Center (WTC) Curitiba, integra o grupo temático anticorrupção do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e é professora de compliance.

– Eu atuo na área há bastante tempo e, por ser professora de MBA e fazer palestras sobre o tema, eu era sempre cobrada: Quando vai publicar um livro? Eu tenho um posicionamento muito prático do compliance. Acredito que é algo que qualquer empresa tem condições de operacionalizar se quiser promover uma cultura da conformidade da eficiência – afirma ela.

A opção de fazer um livro com mais de mil páginas, segundo ela, foi para oferecer informações completas sobre o tema a profissionais e empresas porque a contratação de consultoria na área é muito cara. Normalmente, para uma grande empresa, no Brasil, ultrapassa meio milhão de reais. Para atender também pequenas empresas, o livro traz linguagem simples e até um código de ética para as que não têm com elaborar o seu.

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Capa do livro de Naiara Augusto, editado somente no ebook

A advogada explica que a abordagem é voltada para as pessoas, que são o objeto central da formação da cultura de conformidade nas empresas. Também estudiosa de neurocomportamento, ela incluiu no livro técnicas sobre como identificar desvios éticos para prevenir esse tipo de problema em empresas e instituições.  

Sobre o caso dos respiradores  

À frente da Secretaria de Integridade e Governança na gestão anterior do governo de SC, de Carlos Moisés, Naiara Augusto coordenou a elaboração e implantação do Programa Estadual de Integridade e Compliance a partir de 2020. A cada ano, essa série de normas e orientações é compartilhada com todos os servidores.

– Quando implantamos o programa, percebemos que houve uma excelente adesão por parte dos servidores. Eles viram o quanto isso traz segurança para eles, o quanto traz uma margem a mais para confiar no que os colegas estão fazendo, nos procedimentos internos. Acho que até o que aconteceu com o caso dos respiradores trouxe um senso de autorresponsabilidade. Eu preciso checar o que estou fazendo, eu preciso confiar que o meu colega está fazendo a parte dele para que eu dê sequência ao meu trabalho. Até aquele episódio que foi muito triste, muito lamentável, despertou esse interesse das pessoas em se comprometer com o compliance. O resultado é bastante positivo – avalia ela.

Dentro do conceito de ESG

Atualmente, o compliance, que consiste na governança empresarial ética, gestão dentro das leis, integra o conceito maior de ESG (sigla em inglês para preservação ambiental, responsabilidade social e gestão ética). A adoção de normas nessas áreas envolve principalmente grandes e médias empresas, mas é uma cultura que necessita da adesão também das pequenas empresas e instituições, ou seja, de todos.

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