Dos cinco ministros anunciados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, dois terão relevante influência na economia: Fernado Haddad da Fazenda, e Mauro Vieira, das Relações Exteriores. Nas primeiras horas, o mercado financeiro mostrou que já assimilou positivamente Haddad como novo titular da economia: o Ibovespa subiu 0,76%.
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Repetindo a fórmula do primeiro mandato, Lula escolheu um político para liderar a economia. Para o setor produtivo, um dos desafios do novo ministro é ter um bom diálogo com o mercado e com lideranças dos setores econômicos. Isso vai trazer confiança para a continuidade dos investimentos.
Outro desafio de Haddad é trabalhar para definir um novo limite de gastos públicos, o chamado teto de gastos. Essa medida é considerada necessária porque se o mercado entender que o governo vai gastar muito e desequilibrar as contas, deixa de investir no Brasil e isso abre portas para saída de capital do país, crise e recessão.
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Existe a expectativa também de que o novo titular da Fazenda tenha liderança para incentivar e viabilizar a reforma tributária, esperada no Brasil há mais de 30 anos. Haddad, em reuniões com empresários, prometeu realizar essa reforma. Uma alternativa é avançar a partir do que já foi feito nas propostas que estão no Congresso Nacional.
Num primeiro momento, o setor produtivo diz que pode ser uma reforma apenas para simplificar, reduzir burocracia e, assim, melhorar a competitividade do país. Mas um dos planos do presidente Lula, no futuro, é cobrar mais impostos sobre a renda, em detrimento da elevada taxação de itens de consumo, que afeta os mais pobres. Além disso, as empresas esperam juros baixos, oferta de crédito acessível e boas rodovias.
O novo titular do Itamaraty, embaixador Mauro Vieira, são dois os principais desafios. Um deles é específico na área ambiental. É comunicar ao mundo que o Brasil vai acelerar a preservação de florestas, ao mesmo tempo em que o governo deve desenvolver ações com esse objetivo.
Outro desafio de Mauro Vieira é trabalhar para o país avançar em acordos internacionais. O principal, que pode ser aprovado em breve, é o acordo Mercosul-União Europeia, que está em negociação há 20 anos.
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Nesse caso, a pressão é maior dos europeus do que do Mercosul. Em recente evento na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ybáñez, defendeu a aprovação do acordo Mercosul-União Europeia em 2023.
A condução positiva das questões econômicas dá confiança para empresários seguirem investindo no país, o que amplia a geração de emprego, renda em arrecadação de impostos.
Ao mesmo tempo, é preciso viabilizar medidas para o governo. Entre esses novos titulares estão os que têm entre os desafios ajudar a conseguir acordo para aprovar a PEC da Transição e assim, viabilizar gastos sociais no ano que vem.
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