Três projetos disruptivos para descarbonizar o setor automotivo foram aprovados na chamada de Projetos Estruturantes do Programa Mover, do governo federal. A informação é do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep), que lideram esse programa. Instituições e empresas de Santa Catarina participam de dois desses projetos que, ao todo, envolvem 13 instituições de pesquisas e 42 empresas do país, destaca o Senai SC, do Sistema Federação das Indústrias de SC (Fiesc).
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Os investimentos serão de R$ 166,2 milhões, dos quais R$ 114,2 milhões virão do Senai e da Fundep e R$ 52 milhões de contrapartida das empresas participantes. Esses projetos devem ser executados num prazo de 36 meses.
Inovação com o minério terras raras
Um dos três projetos disruptivos é o MagBras, sugestão catarinense do Instituto Senai de Inovação em Processamento a Laser, que tem sede em Joinville, e da empresa WEG, de Jaraguá do Sul.
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Essa iniciativa prevê o desenvolvimento de um processo produtivo nacional de imãs permanentes de terras raras, incluindo desde a extração e processamento desses minérios até a fabricação e uso posterior. Nesse caso, é prevista a reciclagem de ímãs em fim de vida útil e também o aproveitamento dos cavacos resultantes da usinagem desses produtos.
A escolha desse projeto foi em função da importância das terras raras como componentes em soluções de eletrificação, incluindo motores de carros totalmente elétricos (BEVs – Battery Electric Vehicles). Com essa maior demanda do setor de veículos, existe o risco de faltar desse minério, que está na natureza em 17 versões diferentes. No Brasil, o cenário é melhor porque o país é o terceiro maior produtor mundial de terras raras.
De SC, também integram a aliança para o projeto MagBras o Instituto Senai em Sistemas de Manufatura (de Joinville), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e as empresas de SC Tupy, Schulz e ZEN, mais as startups de Joinville Integra Laser e Moderna 3D.
Plataforma física e digital para carregadores
Outro projeto aprovado é o de desenvolvimento de plataforma física e digital para interoperabilidade de carregamento de veículos elétricos. Este é outro projeto que conta com a participação de Santa Catarina por meio do Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis. Também participam o Instituto Senai de Eletroquímica (proponente) e o Instituto Senai de Tecnologia da Informação, ambos do Paraná e o Instituto de Pesquisas Eldorado, de São Paulo.
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A tecnologia em desenvolvimento nesse projeto é possibilitar testes de validação e desempenho de carregadores veiculares, veículos elétricos e soluções de energia. O objetivo é melhorar a infraestrutura de recarga nacional.
A plataforma digital prevê uso de inteligência artificial para armazenar dados, monitorar em tempo real, treinar matrizes de inteligência artificial e até agendamento de recarga, entre outras funções. A proposta desse projeto é a empresa Stellantis, mas tem aliança com a a Volvo, Nissan, Renault, Mercedes e Caio, e das startups Move, Renevive e Brain Robot.
Mobilidade de baixo carbono
A criação de um centro multiusuário de mobilidade de baixo carbono é o objetivo de um dos três projetos desse programa. Visa otimizar o comportamento de sistemas a combustão e híbridos elétricos analisando o ciclo de vida e desenvolvimento de combustíveis de baixa emissão.
Serão estudados combustíveis como gasolina, etanol, biodiesel, óleo vegetal hidrotratado (HVO), diesel S10 ou R, bioetanol, biometano e nanopartículas, tanto puro quanto misturados. O proponente dessa pesquisa é o Instituto Senai de Inovação em Logística, da Baía, junto com a empresa Great Wall Motors. Também participam a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (BA), Universidade Caxias do Sul (RS).
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No grupo de empresas, além da Great Wall Motors, também participam a Petrobras (Cenpes), Marcopolo, Volkswagen, General Motors e Stellantis e as startups Elev Soluções em Energia e Soluções em Conectividade das Coisas Industria.
O Sistema Senai do Brasil conta com uma rede de 28 institutos de inovação, dos quais três em Santa Catarina; e 60 institutos de tecnologia, sendo sete em SC. Eles são abertos à realização de proejtos para empresas industriais de todo o Brasil e de multinacionais que atuam no país.
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