Os médicos que atuam na rede pública de Blumenau ganharão mais por hora extra, se um projeto do município em elaboração for aprovado pela Câmara de Vereadores. O texto que deve chegar ao Legislativo neste início de semana é a terceira tentativa do governo Mário Hildebrandt (Podemos) de elevar os ganhos dos servidores médicos para fechar as escalas, principalmente nos ambulatórios gerais.
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A falta de médicos agrava a atual sobrecarga gerada por dengue, Covid-19 e influenza, além das doenças sazonais do frio. Blumenau tem 28 vagas de médicos não preenchidas na rede de saúde.
Nesta segunda-feira (16), as consultas eletivas foram suspensas para priorizar os atendimentos de Covid-19, dengue e doenças respiratórias em geral. Na sexta-feira, o Hospital Santo Antônio anunciou que as filas na emergência podem chegar a oito horas para adultos e 12 horas no caso de crianças. O motivo seria a falta de médicos na rede básica.
O aumento das horas extras gerou polêmica em duas ocasiões anteriores porque servidores de outras especialidades da saúde exigiram o mesmo tratamento. A origem do problema remonta ao início de 2021, quando uma decisão judicial considerou que o valor recebido por hora extra deve ser proporcional ao salário-base dos médicos, sem considerar adicionais de função. Isso reduziu o valor pago e tornou o trabalho extra menos atrativo.
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Em junho de 2021, a Câmara de Vereadores aprovou uma gratificação de R$ 100 por hora extra aos médicos que atendiam na Central Covid-19 da Vila Germânica — o que descontentou outras categorias, como enfermeiros. Com a diminuição dos casos de coronavírus, em janeiro deste ano o município propôs estender o benefício para mais horários e locais. Desta vez, a reação política foi mais forte e o governo retirou a proposta.
Agora vez, o plano é substituir gratificações temporárias relacionadas à pandemia por um aumento formal no valor proporcional da hora extra dos médicos. O texto está em elaboração na Procuradoria Geral do Município e ainda não há percentual definido. O secretário de Promoção da Saúde, Marcelo Lanzarin (Podemos), disse que pretende conversar com os vereadores para dissipar a polêmica. Para ele, o aumento apenas equilibra o que já existia antes da decisão judicial.
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