A dimensão do tarifaço de 50% proposto por Donald Trump às importações brasileiras ainda está sendo calculada, mas analistas de mercado já sugerem que algumas companhias de capital aberto – aquelas que negociam ações na Bolsa – podem ter os resultados impactados diante da retaliação pretendida pelo presidente dos Estados Unidos.

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Relatórios divulgados nesta quinta-feira (10) por instituições como XP, USB BB, Itaú BBA, Goldman Sachs, Bradesco BBI e J.P. Morgan, entre outras, listaram empresas sujeitas a prejuízos. Na lista de gigantes, aparecem ao menos duas catarinenses: WEG, de Jaraguá do Sul, e Tupy, de Joinville, ambas com negócios no mercado americano.

Analistas do UBS BB citaram, por exemplo, que 25% das vendas da WEG têm o mercado americano como destino. A estimativa deles é que cada aumento de 10 pontos na alíquota tenha impacto de 3% no lucro líquido da companhia, sem contar possíveis efeitos cambiais e de juros por causa das incertezas.

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Apesar disso, ponderam que a empresa distribui bem a fabricação nos Estados Unidos, México e Brasil. Em últimos casos, a produção poderia ser redistribuída para os dois primeiros países, acrescentaram analistas do Itaú BBA, o que poderia contornar em parte os efeitos das tarifas.

Profissionais da XP e da J.P. Morgan também citaram a Tupy, que integra um grupo com receitas importantes vindas de exportações para os Estados Unidos. No balanço do primeiro trimestre de 2025, a companhia informou que 39% das receitas vieram da América do Norte. No documento, já alertava para uma desaceleração na demanda por veículos comerciais no mercado americano.

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Procurada, a Tupy disse que não comentaria o assunto. A WEG disse que está acompanhando a situação, mas que ainda é cedo para qualquer manifestação.

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