A CPI do Esgoto em Blumenau passou por uma prova de fogo nesta semana, mas sobreviveu. Depois de um parecer jurídico da Procuradoria da Câmara de Vereadores sugerir que a continuidade dos trabalhos dependeria de uma decisão política, houve um princípio de temor na oposição de que tudo acabaria em pizza – já que quatro dos cinco integrantes da comissão são, em tese, da base governista.
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No fim, a votação pela sequência da CPI foi unânime, mas calculada. O próprio líder do governo, Flávio Linhares (PL), acabou defendendo a continuidade depois de, uma semana antes, apresentar um requerimento solicitando a análise para o encerramento antecipado da comissão. Nos bastidores, comenta-se que a gestão já admitia que não teria três dos cinco votos necessários para sepultar a investigação.
A resistência mais clara e óbvia era do presidente da comissão, Diego Nasato (Novo), único membro declaradamente de oposição. Os posicionamentos de Egidio Beckhauser (Republicanos) e Bruno Cunha (Cidadania) pesaram pela continuidade. O primeiro é aliado do presidente da Casa, Ito de Souza (PL), que anda em rusgas com o gabinete do prefeito. Já o segundo não gostou do veto de Egidio Ferrari (PL) a um pacote de projetos de leis ligados à comunidade LGBTQIAPN+.
Como ninguém dá ponto sem nó, os três votos favoráveis à continuidade da CPI tornaram as posições de Linhares e Marcelo Lanzarin (PP) sem efeito na contabilidade. Ambos seguiram o trio para evitar o desgaste político de serem contrários a uma investigação que ganhou apelo popular. Considerado um dos vereadores mais independentes da casa, Professor Gilson (União) resumiu assim a questão:
— Essa CPI só consegue ter resultado porque este governo, que é liderado pelo vereador Flávio, não teve a competência de manipular a CPI e controlar o senhor (Nasato). Se não, não tenho dúvida que hoje (terça-feira passada) essa CPI teria sido enterrada.
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A investigação sobre a concessão do esgoto incomoda o terceiro andar da prefeitura. Por mais que Ferrari não tenha participado da elaboração do contrato e nem das revisões do documento, o caso respinga em um aliado de peso: João Paulo Kleinübing, que tem influência no governo e foi quem assinou em 2010 um contrato que a CPI já comprovou que nasceu deficitário.
O ex-prefeito está na mira da comissão parlamentar de inquérito e tem tudo para, nas próximas semanas, ser intimado para prestar esclarecimentos.
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