Uma das maiores empresas têxteis do Brasil costurou acordos na Justiça do Trabalho para pagar dívidas com funcionários que se arrastam há anos. A Teka, de Blumenau, se comprometeu com tribunais trabalhistas de Santa Catarina e de Campinas, em São Paulo, a quitar débitos trabalhistas, somados, de cerca de R$ 70 milhões, referentes ao processo de recuperação judicial da companhia iniciado em 2012. Os acordos ganharam forma em audiências de conciliação realizadas na última sexta-feira (7).

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Pelos termos definidos, todos os trabalhadores receberão, em um primeiro momento, até R$ 10 mil, referentes principalmente a rescisões de contratos e também a depósitos atrasados de FGTS. Para aqueles cuja dívida é maior do que esse valor, o saldo restante será parcelado em até 36 vezes. A medida deve beneficiar em torno de 2,3 mil funcionários, entre antigos e atuais, segundo cálculos da diretoria da Teka.

A engenharia financeira para o pagamento envolve valores localizados em execuções trabalhistas e uma quantia de R$ 18 milhões que está depositada nos autos do processo de recuperação judicial. Neste caso, o juiz responsável pelo caso ainda precisaria autorizar o uso do recurso por meio de um termo de cooperação. Se isso não acontecer, os pagamentos ainda serão feitos, mas a partir de um cronograma diferente.

Como é a fábrica da Teka em Blumenau

Outros R$ 51 milhões devem ser levantados com parte da venda de imóveis não operacionais da Teka, avaliados em R$ 141 milhões. A lista inclui terrenos e lotes em Blumenau e em outros estados e também a antiga fábrica da empresa em Indaial. A planta tem valor de mercado em torno de R$ 58 milhões (é o ativo disponível mais caro da companhia) e já há interessados na compra, apurou a coluna.

Os imóveis de Blumenau e Artur Nogueira (SP), onde a Teka mantém suas fábricas, ficarão de fora desse acordo por serem considerados estratégicos e necessários para a produção e recuperação da empresa, diz Eduardo Scarpellini, membro do comitê de reestruturação da companhia.

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Com a costura dos acordos, até mesmo credores que não estão inscritos na recuperação judicial podem procurar seus advogados para assinar o termo de adesão. Os pagamentos começam a ser feitos ainda neste ano, projeta Scarpellini. Em outra frente, a nova gestão diz também estar renegociando o passivo tributário da companhia.

Procurada, a administração judicial da Teka informou que é favorável a toda e qualquer iniciativa que beneficie trabalhadores e credores, mas que ainda não foi comunicada dos acordos e que analisará os termos assim que eles forem direcionados aos autos da recuperação judicial.

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