O novo presidente da Tupy, o economista Rafael Lucchesi, disse que o BNDES e a Previ, acionistas da metalúrgica catarinense ligados ao governo federal e principais responsáveis pela sua indicação ao cargo, já salvaram a empresa de quebrar. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta quarta-feira (11).
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Lucchesi, que estava na Confederação Nacional da Indústria (CNI), comanda a multinacional desde 1º de maio. A indicação de seu nome provocou ruídos no mercado de uma suposta interferência do governo federal na gestão da companhia – embora nomes como o do presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, tenham enaltecido a escolha.
Veja fotos antigas e atuais da Tupy
Juntos, BNDESPar, braço do BNDES que atua no mercado de capitais, e a Previ, fundo de pensão que gerencia a previdência complementar de funcionários do Banco do Brasil, detêm 53% das ações da companhia.
“Eles (BNDESPar e Previ) indicaram todos os três últimos nomes. Essa era uma empresa familiar, mas ia quebrar. Quem salvou a companhia foram o BNDES e a Previ, inclusive cedendo quadros”, disse o executivo ao Valor.
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Em análise publicada em março, a colega Estela Benetti lembrou que, em 1995, ao enfrentar dificuldades financeiras, a Tupy foi socorrida pelos fundos de pensão e o BNDES. O ex-presidente da empresa, Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, que assumiu em 2003 e ficou à frente do cargo por 15 anos, foi presidente da Previ.
Apesar das desconfianças de interferência, Lucchesi disse que este é assunto superado internamente e afirmou ao Valor que sua gestão será guiada por critérios técnicos e econômicos. Desde a sua chegada, destaca a reportagem, a metalúrgica iniciou um ciclo de ajustes para uma reestruturação industrial, com vistas a novos negócios.
O foco da nova gestão, ainda conforma a reportagem, é ajustar capacidades produtivas, eliminar gargalos operacionais e impulsionar a rentabilidade da empresa, que enfrenta um cenário complexo tanto no país quanto no exterior, agravada pela guerra tarifária promovida pelo presidente americano Donald Trump.
Dentro dessa estratégia, o executivo admitiu que há possibilidade de otimizar as operações existentes em busca de mais eficiência na produção. O braço de transição energética e descarbonização é uma das apostas da companhia.
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