Cercado por jornalistas e convidados, Luciano Hang avisa:
— Pessoal, vamos precisar tirar o calçado para entrar na casa.
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Assessores do empresário oferecem às visitas um par de meias verdes, da mesma paleta da camiseta da rede de lojas liderada por ele. As peças têm um sugestivo desenho do “Véio da Havan”. Alguns aceitam. Outros passam.
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O cuidado tem explicação: tênis e sapatos não são “bem-vindos” no assoalho de madeira do casarão histórico encravado em meio a uma rica área de vegetação. Tudo fica a poucos metros do antigo complexo industrial da Carlos Renaux, um dos ícones da indústria têxtil de Brusque que sucumbiu ao tempo e teve a falência decretada em 2013. Hang abriu as portas do espaço para uma espécie de tour na tarde desta quarta-feira (28).
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Comprado pelo empresário no início de maio – a coluna divulgou o desfecho do negócio, avaliado em R$ 8,32 milhões, em primeira mão –, o imóvel construído em 1932 e um dos últimos ativos ligados à massa falida da companhia será uma das atrações do que Hang já chama de Parque Renaux. A ideia, além de uma nova atração turística, é resgatar também parte da memória de Brusque.
Detalhes da casa revelam intimidade do cônsul Carlos Renaux
Além de abrir as portas da casa que foi de Carlos Renaux, ele está propondo uma espécie de mergulho na intimidade do ex-cônsul que deu nome à fábrica. Os múltiplos cômodos da casa guardam móveis originais, quadros, bustos, acessórios de cozinha e itens pessoais do primeiro intendente de Brusque – cargo na época equivalente ao de prefeito – e familiares, entre eles três esposas.
São 768 metros quadrados de área construída que oferecem uma viagem ao tempo e revelam inovações para a época. Registros históricos apontam que a casa foi a primeira de Santa Catarina a contar com sistema de ar-condicionado, acionado individualmente em cada um dos cômodos. O cônsul não gostava de calor, conta um caseiro que trabalha há oito anos no local.
O que antes provavelmente era uma espécie de salão de festas de Carlos Renaux, por exemplo, deve abrigar uma cafeteria com uma ampla varanda e uma privilegiada vista para a riqueza natural do terreno. São 55 mil metros quadrados de área total. Do lado de fora, há cerca de 50 espécies de flores já identificadas, um mausoléu e dezenas de trilhas que, segundo Hang, também serão abertas ao público. Ele fala ainda em plantar bromélias e resgatar um orquidário.
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Em geral, tudo está bem conservado. Segundo Hang, algumas pequenas intervenções e reparos precisam ser feitos no acesso até o local – uma estrada de chão batido envolta por árvores –, nos arredores e no próprio imóvel. À coluna, ele diz esperar que tudo esteja pronto ainda em 2025. É provável que seja destinada uma equipe exclusiva para o parque – entre jardineiros, guias e pessoal de manutenção. Por isso, deve haver cobrança de ingresso para o acesso.
— É um tesouro que vamos liberar ao público — promete Hang, um ex-funcionário da Renaux que, agora, é dono de praticamente tudo que sobrou da antiga fábrica.
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