Eu tinha preparado um outro texto para esta semana. Mas este anúncio da Microsoft caiu como uma bomba no mundo dos games. Quer você goste ou não dos jogos da Activision Blizzard, eles possuem franquias muito famosas, como Overwatch, Spyro, Crash Bandicoot, Tony Hawk, Starcraft, World of Warcraft, Diablo e o sucesso absoluto de vendas que é Call of Duty.

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Escrevi este texto no mesmo dia do anúncio e não tenho certeza de como me sinto sobre a aquisição. Vamos ter que ver como os jogadores vão se comportar. Mas algo para que torço muito é que melhorem as condições de trabalho na Activision Blizzard. Eu já falei sobre isso em outra oportunidade. Então o que eu gostaria mais que resultasse dessa compra é uma mudança no ambiente de trabalho.

Dito isso, como ficam os jogos? E quem só tem Playstation, como faz? Acredito que neste início seja difícil bater o martelo. A Microsoft mesmo fala de uma forma muito ambígua. Porém, acho que vale um paralelo com a compra da Zenimax. O Starfield, feito pela Bethesda, só vai sair pra Xbox e PC. Nada de Playstation. Então Call of Duty vai ser exclusivo da Microsoft? É uma possibilidade.

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Como isso vai mudar o mundo dos games? Pode ser que, no futuro, se Call of Duty virar exclusivo, parte dos jogadores mude para o Xbox ou PC. Uma coisa na qual a marca Playstation sempre foi forte é oferecer aos seus gamers um monte de jogos feitos por empresas diferentes, não necessariamente de estúdios da própria Sony. Neste caso, a Microsoft já pegou duas fatias desse mercado, com a compra da Zenimax e agora da Activision Blizzard.

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Entretanto, não fique ansioso se você é jogador só do Playstation. Uma coisa sabemos atualmente: o PS5 está voando das prateleiras. Está constantemente em falta e com uma demanda gigante. Para muita gente, Playstation é sinônimo de videogame. Muitas pessoas nem sabem o que é Xbox ou Switch. O cara só quer uma caixa que rode Fifa, GTA, Fortnite e Call of Duty e esse aparelho é um Playstation. Ele nem sabe que esses jogos também estão no Xbox.

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E te dou mais outros milhões de motivos para você não ficar nervoso e esperar para ver o que vai rolar. Porque, no mundo dos games, fazer estratégias dramáticas e que muitas vezes parecem injustas com os concorrentes não é nada novo.

Veja a Nintendo. No tempo dos consoles 8 bits, ela fazia acordos bem questionáveis com as empresas para que os jogos saíssem apenas no Nintendinho, e não no concorrente Master System, da Sega, um videogame que tinha até gráficos melhores do que ele.

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Personagem Crash correndo de lasers
Crash Bandicoot é outra franquia da Activision (Foto: Activision/Divulgação)

No Playstation 1, foi um tal de os Tombs Raiders depois do primeiro saírem só no console da Sony e no PC… Eu que tinha um Nintendo 64 fiquei sem conhecer o início da saga da Lara Croft. E quantos outros jogos não feitos pela Sony eram exclusivos do Playstation nessa época? Que tal Resident Evil 3? Silent Hill? Metal Gear Solid?Crash? Spyro? Final Fantasy? O apelo do videogame era justamente essa biblioteca invejável de games.

Na geração seguinte, a Sony colocou um tocador de DVD no PS2 e ajudou a fazer o caixão da querida Sega, que já tinha levado um baque quando foi anunciado que o preço do PS1 nos Estados Unidos seria US$ 100 mais barato do que o valor do Saturno. A Sega não morreu, mas deixou de fazer consoles para produzir apenas os jogos.

Personagem Spyro, um dragão roxo
Activision também tem os direitos da franquia Spyro (Foto: Activision/Divulgação)

Isso não é para dizer que uma empresa é mais do mal do que a outra (bem, a Nintendo foi bem tosca no tempo do Nintendinho). Todo mundo está tentando uma fatia desse incrível mercado rentável que é o dos games. O que eu quero dizer é: não se desespere. Tem muitas variantes nessa jogada.

Já vi quem disse que é o fim do Playstation, e quem disse que Call of Duty não vai fazer nem falta. Acredito que a realidade seja bem mais complexa do que isso. Quem pode dizer como os jogadores vão responder a tudo isso? E o que as empresas vão fazer?

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Personagem Echo, do game Overwatch
Echo, personagem de Overwatch, franquia da Blizzard (Foto: Blizzard Entertainment/Divulgação)

Quem sabe a Sony não ressuscita uma das franquias de tiro que ela tem, como Resistance ou Killzone e arrasa? Ou outros personagens queridos que estão esquecidos, como o Sly ou Jak e Daxter? Ou faz um serviço para rivalizar com a Game Pass? Ou mesmo varie um pouco o cardápio dos jogos dela, parando de gastar mais energia e marketing somente nesses de ação em terceira pessoa lotados de cinemáticas.

Pode ser que os jogadores não deixem de comprar Playstation, ou que migrem para o Xbox. Ou que uma outra empresa lance um videogame novo ou serviço que cause impacto na indústria. Não temos como prever o futuro. Então, parafraseando aquele famoso cartaz que tinha no Reino Unido na Segunda Guerra Mundial: fique calmo e game on.

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