O Ministério da Saúde começou a distribuir o etanol farmacêutico, antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol, para cinco estados que realizaram pedidos de reforço de estoque. Pernambuco, Paraná, Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul receberam ampolas nesta primeira remessa.
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A medida faz parte das ações adotadas pelo ministério diante dos casos de intoxicação por metanol registrados no país nas últimas semanas. Ao todo, foram enviadas 580 ampolas, na seguinte divisão:
- Pernambuco: 240;
- Paraná: 100;
- Bahia: 90;
- Distrito Federal: 90;
- Mato Grosso do Sul: 60.
As entregas estão sendo feitas em parceria com as secretarias estaduais de saúde. As ampolas integram um estoque de 4,3 mil unidades entregues ao SUS pelos hospitais universitários federais, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
No sábado (4), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a compra e 12 mil unidades de etanol farmacêutico, além de 2,5 mil unidades de fomepizol. Ambos são utilizados no tratamento de intoxicações por metanol, porém o fomepizol não possui registro sanitário, e por isso é preciso ser adquirido de fornecedores em outros países
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— O Ministério da Saúde atua em tempo real junto às secretarias estaduais e municipais, garantindo o envio dos antídotos e o suporte técnico necessário ao atendimento dos pacientes — afirma o ministro.
Até a tarde de sábado, foram registradas 195 notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica, de acordo com dados enviados ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).
Desses, 14 são confirmados e 181 estão em investigação, sendo que entre as notificações, 13 são de óbitos. Foram confirmadas duas mortes no estado de São Paulo e, outras 12 estão sendo investigadas, também nos estados de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul.
Sinais de alerta do metanol
Câmara discute falsificação de bebidas
Em meio aos casos de intoxicação de metanol no país, a Câmara dos Deputados deve discutir na próxima quarta-feira (4) a falsificação de bebidas em uma audiência pública. A sessão foi marcada a pedido do deputado Kiko Celeguim (PT-SP), relator da proposta que torna adulteração de produtos alcoólicos um crime hediondo.
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— Estou totalmente à disposição para receber sugestões e contribuições. Nosso relatório será resultado de um processo de escuta ampla, marcado pela responsabilidade e, principalmente, pelo compromisso com a vida e com a população brasileira — disse Celeguim.
Foi aprrovada na última quinta-feira (2) a urgência para discutir a proposta do deputado, mudança que permitirá que o texto seja analisado direto no plenário, sem precisar passar por comissões da Casa.
— É preciso defender a indústria, o comércio e, acima de tudo, a vida das pessoas — disse Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara.
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