A suspeita de ser uma das líderes de uma quadrilha especializada no “Golpe dos Nudes” foi presa no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (15). Giliane Lindsai da Silva Abreu estava foragida desde setembro de 2021 e foi detida após o programa Linha Direta, da TV Globo, que em 25 de maio abordou o crime que deixou dezenas de vítimas, inclusive em Santa Catarina.

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Conforme o programa, a mulher foi encontrada no bairro Partenon, em Porto Alegre. Ela estava morando em uma casa que foi alugada com o uso de nome falso. As equipes chegaram até o local após denúncias pelo 181.

Após a prisão, ela foi encaminhada à 3ª Delegacia de Canoas. Em depoimento, ela contou que conhecia o inquérito e assistiu ao programa onde ela foi dada como foragida. Conforme a polícia, a suspeita não se entregou antes porque tem dois filhos gêmeos.

O Golpe dos Nudes foi o tema do quarto episódio do Linha Direta, da TV Globo. O crime virtual consiste na extorsão de usuários de redes sociais após o envio de fotos íntimas. Ou seja, após receberem as imagens — os famosos “nudes” — de pessoas escolhidas para o golpe ser aplicado, os criminosos buscam extorquir dinheiro para que as imagens não sejam reveladas.

De acordo com investigações, quadrilhas organizam-se para criar diversos perfis falsos nas redes sociais. Contas com imagens de mulheres são as preferidas dos criminosos. Após criar os perfis, os golpistas começam a adicionar mais usuários e iniciam a “captação” de vítimas. Homens são a presa mais fácil dos golpistas nesse esquema de golpe.

Para conseguir tirar dinheiro das vítimas, os golpistas precisam fazer com que as conversas não sejam reveladas. Com o avanço na intimidade entre o perfil falso e a vítima, a troca de fotos íntimas pode ser sugerida por uma dos envolvidos. Então, o golpista envia um “nude”, foto em que alguém aparece sem roupa ou em uma posição sexual.

Quando o usuário recebe a foto e interage com ela, o golpe começa. Os criminosos afirmam que as fotos enviadas são de uma ou de um menor de idade e pedem dinheiro para que a polícia não seja comunicada. Ameaças começam a ser frequentes e os golpistas até usam informações repassadas na conversa para intimidar as vítimas.

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Como funcionava o golpe dos nudes pelo grupo gaúcho:

  • Primeiro, a quadrilha criava um perfil falso nas redes sociais e adicionava vítimas
  • Após conversas com conotação sexual e envio de fotos íntimas, os criminosos fingiam ser os responsáveis por uma menor de idade (a qual estaria enviando fotos e seria a “dona” da conta)
  • Ameaças eram feitas e o grupo buscava extorquir a vítima em troca de silêncio
  • Para garantir o envio de dinheiro, os criminosos do golpe dos nudes até simulavam serem policiais que receberam a denúncia do caso
  • Duas delegacias falsas chegaram a ser montadas em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, para a extorsão das vítimas
  • Alegando serem policiais, os golpistas mostravam documentos com marcas do Ministério Público e da Polícia Civil
  • O cenário falso e os documentos serviam para que os golpistas fingissem ser policiais corruptos atrás de dinheiro para não realizar prisões

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