Colegas, professores, familiares e amigos de Catarina Kasten se reuniram em um ato na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na tarde desta segunda-feira (24). A estudante de 31 anos foi encontrada morta com sinais de violência em uma área de mata próxima à trilha na praia do Matadeiro, no Sul da Ilha, na manhã da última sexta-feira (21). O suspeito foi preso horas depois e confessou o crime.
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Formada em Letras/Inglês, Catarina era aluna de pós-graduação em Estudos Linguísticos e Literários. O ato em hoamenagem a ela aconteceu no Centro de Comunicação e Expressão (CCE), onde foram colocados cartazes com frases como “Justiça por Catarina Kasten”, “Basta de feminicídio”, “Catarina presente”, “Nem uma a menos” e “Somos todos Catarina”.
Durante a homenagem, pessoas próximas de Catarina lamentaram a morte dela e cobraram por justiça.
— Você tinha sede de vida, mas também sabedoria para aproveitá-la devagarinho — falou a professora Alinne Fernandes, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Inglês (PPGI), ao ler uma carta escrita pela orientadora de mestrado da jovem, Priscila Farias.
— A gente precisa discutir sobre violência de gênero, a violência contra as mulheres — falou a estudante Eliani Ventura, colega de mestrado de Catarina.
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O companheiro de Catarina, Roger Filipe Sales Gusmão, falou que o casal tinha planos de construir uma casa no lote que haviam comprado.
— Achava que Florianópolis era o lugar mais seguro do mundo, onde os portões das casas não ficam trancados — lamentou.
Árvore foi plantada em homenagem a Catarina
Após as falas, o grupo saiu em cortejo pela UFSC e percorreu locais frequentados por Catarina. Ao final, o grupo voltou para o Centro de Comunicação e Expressão, onde plantou três mudas de flores e uma muda de manacá da serra, árvore nativa da Mata Atlântica, em frente à lanchonete do espaço.
Veja fotos do ato
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Catarina ia para uma aula de natação
Catarina saiu de casa por volta das das 6h50min para uma aula de natação, mas não retornou no horário habitual. Por volta de 12h do mesmo dia, o companheiro da vítima recebeu uma mensagem informando que os pertences dela foram encontrados na trilha da Praia do Matadeiro. Preocupado, ele questionou um dos professores do local, que informou que Catarina não havia comparecido à aula naquela manhã.
Equipes do Tático e as guarnições da polícia, além da própria comunidade, começaram a realizar buscas na região. Dois homens, então, informaram à equipe de que um corpo havia sido encontrado na trilha. Imagens de câmeras de monitoramento próximas ao local registraram um homem circulando pela região em horários compatíveis aos da passagem da vítima.
O corpo de Catarina foi localizado pela Polícia Militar com sinais de violência na trilha da praia. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi encontrada com sinais de violência sexual. A causa da morte foi asfixia, conforme o boletim de ocorrência.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito confessou o crime e relatou que voltava de uma festa quando avistou Catarina e cometeu o crime. Segundo as investigações, ele teria estrangulado a vítima e cometido violência sexual, antes de abandonar o corpo na trilha. O caso agora segue para a 36ª Promotoria de Justiça da Capital, com atuação no Tribunal do Júri.
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Assassino será investigado por crime semelhante de 2022
O suspeito de matar a jovem será investigado por suspeita de estuprar uma idosa em 2022. Na época do crime, o homem atuava como jardineiro de uma casa localizada no Sul da Capital.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, os investigadores farão um cruzamento de dados relacionando o caso de Catarina com o da idosa, vítima de violência sexual, no bairro Açores, no Sul de Florianópolis. Na época em que a idosa foi vítima do crime, o suspeito tinha 17 anos, e a vítima, 69.
De acordo com o boletim de ocorrência, o crime foi registrado no dia 4 de janeiro de 2022, por volta das 18h. Na situação, a idosa relatou que estava em uma chamada de vídeo com uma amiga quando foi surpreendida pelo agressor. Ele a derrubou no solo e a estuprou. No dia, havia homens na casa da vítima fazendo serviços de jardinagem. A vítima foi levada para o hospital, onde recebeu atendimento.
A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso em julho deste ano, contudo, o autor não foi localizado, ou seja, ninguém foi indiciado pelo crime. Com as novas suspeitas, o inquérito será reaberto.
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