O bebê de 11 meses intoxicado por anfetamina, em 19 de dezembro, foi extubado e apresenta quadro estável na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, nesta terça-feira (30). A criança respira com ventilação não invasiva, de acordo com apuração do jornalista da NSC, Raphael Faraco.

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O bebê deve fazer uma traqueostomia na quarta-feira (31). O procedimento cirúrgico cria uma abertura na traqueia, permitindo a passagem de ar diretamente para os pulmões. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o bebê está “recebendo todos os cuidados necessários por parte da equipe médica especializada e permanece estável”.

Na semana passada, uma tomografia apontou uma lesão “importante” no cérebro do bebê. Ele também apresentou um quadro de pneumonia.

Nota da Secretaria de Estado da Saúde:

A Secretaria de Estado da Saúde informa que a criança permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Joana de Gusmão, recebendo todos os cuidados necessários por parte da equipe médica especializada e permanece estável”.

O que se sabe sobre o caso?

A criança foi encontrada pela Polícia Militar (PM) passando mal no colo do pai no Centro de Florianópolis, onde a família estava passando os dias. O bebê foi levado ao hospital, onde teve uma parada cardíaca, mas foi reanimado pela equipe médica.

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Em exames no hospital, foi detectada a droga anfetamina, uma substância psicoestimulante que atua no sistema nervoso central, aumentando a liberação de dopamina e noradrenalina. Outra droga encontrada nos exames do bebê foi o ecstasy, também sendo uma droga sintética que atua no sistema nervoso central, com efeitos estimulantes e alucinógenos.

A Polícia Civil busca entender, agora, como a droga foi ingerida pela criança. De acordo com a delegada Gabriela Medeiros, que atendeu o caso, há indícios de que o pai deixou a droga ao livre acesso da criança.

Ainda segundo informações apuradas pelo jornalista Raphael Faraco, a criança apresenta uma série de comorbidades, que pode ter sido ocasionada pelo consumo de drogas da mãe da criança durante a gravidez, já que os pais eram usuários de drogas.

Pai está preso e mãe impedida de ver o bebê

O pai da criança já tinha antecedentes ligados a porte de drogas ilícitas e está preso preventivamente. Já a mãe, que não estava no momento que o bebê passou mal, foi liberada na delegacia.

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De acordo com a delegada, a mãe da criança não estava no momento em que ela passou mal. Entretanto, ainda conforme apuração do jornalista da NSC, a mulher está impedida de ver o bebê.

Criança vivia em abrigo com irmãos e pais

O bebê vivia com os pais, de origem venezuelana, e outros quatro irmãos, com idades entre quatro e 16 anos, em um quarto de hotel pago pela prefeitura da Capital para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade social. As crianças, exceto pelo adolescente mais velho, foram levados pela Assistência Social do município.

Em nota, a Secretaria de Assistência Social lamentou o ocorrido e informou ter prestado apoio para que as circunstâncias deste fato sejam apuradas. “O município repudia qualquer forma de negligência ou violência contra as crianças e adolescentes”, disse a prefeitura.