A decisão do ministro Alexandre de Moraes de prender preventivamente Jair Bolsonaro teve como base um iminente risco de fuga do ex-presidente da prisão domiciliar, diz o documento de 17 páginas e que embasou o pedido feito à Polícia Federal (PF). No texto, Moraes afirma que a vigília poderia causar tumulto nas proximidades da residência de Bolsonaro e servir como pano de fundo para um plano de evasão a alguma embaixada próxima, por exemplo. À 0h08min deste sábado (22), Bolsonaro teria, ainda, violado a tornozeleira eletrônica com o suposto objetivo, segundo Moraes, de “garantir êxito em sua fuga, facilitada pela manifestação convocada por seu filho”.
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A região em Brasília onde ficam as embaixadas (como a dos Estados Unidos, por exemplo) está a cerca de 13 quilômetros da casa de Bolsonaro, um trajeto que poderia ser feito em cerca de 15 minutos. O ex-presidente, vale lembrar, já chegou a planejar um pedido de asilo político a Javier Milei, presidente da Argentina.
O documento assinado por Moraes ainda destaca que a prática de fuga do país é comum no núcleo político do ex-presidente e cita, por exemplo, os casos de Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, e de Carla Zambelli, que está presa na Itália, condenada por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, e por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
“A repetição do modus operandi da convocação de apoiadores com o objetivo de causar tumulto para efetivação de interesses pessoais criminosos; a possibilidade de tentativa de fuga para alguma das embaixadas próxima à presidência do réu; e a reiterada conduta de evasão do território nacional praticada por corréu, aliada política e familiar, evidenciam o elevado risco de fuga de Jair Messias Bolsonaro”, destaca, ainda, o texto.
Os 10 passos que levaram à prisão de Bolsonaro
“Patéticas iniciativas ilegais”
Moraes ainda escreveu, no pedido de prisão preventiva, que vigília a favor de Bolsonaro poderia reeditar os acampamentos golpistas que ocorreram após as eleições de 2022.
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“A democracia brasileira atingiu a maturidade suficiente para afastar e responsabilizar patéticas iniciativas ilegais em defesa de organização criminosa responsável por tentativa de golpe de Estado no Brasil. Primeiro, um dos filhos do líder da organização criminosa, Eduardo Bolsonaro, articula criminosamente e de maneira traiçoeira contra o próprio País, inclusive abandonando seu mandato parlamentar. Na sequência, o outro filho do líder da organização criminosa, Flávio Bolsonaro, insultando a Justiça do seu País, pretende reeditar acampamentos golpistas e causar o caos social no Brasil, ignorando sua responsabilidade como Senador da República”, diz Moraes no pedido de prisão preventiva.
Prisão neste sábado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso nas primeiras horas da manhã deste sábado (22). A Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro por suposto descumprimento de medidas protetivas. Ele foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde ficará em uma sala reservada para autoridades de alto escalão.
Leia na íntegra a decisão de Moraes
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