O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu na manhã deste domingo (16) aos 41 anos vítima de câncer no aparelho digestivo.
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Na noite de sexta (14), um novo boletim médico informou que ele vinha "recebendo medicamentos analgésicos e sedativos" e estava acompanhado de familiares. "O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica", diz comunicado.
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Bruno Covas, 41 anos, estava internado desde 2 de maio no Hospital Sírio-Libanês, onde fez tratamento contra um câncer na região do estômago. Naquele dia, ele foi internado para fazer exames de sangue, de imagens e de endoscopia para continuar o tratamento de quimioterapia e imunoterapia, segundo a prefeitura
Como a endoscopia mostrou que havia um sangramento no local do tumor inicial, na cárdia, entre o esôfago e o estômago, Covas foi intubado. Após passar por procedimento endoscópico e ter o sangramento estancado, ele foi extubado já no dia seguinte.
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O prefeito de SP já havia ficado internado por 12 dias em abril, quando exames constataram que os tumores, originados no trato digestivo, haviam se alastrado para o fígado e também para os ossos. Teve alta no dia 27 de abril, mas voltou a ser internado no começo deste mês. Covas estava em tratamento de um câncer que se originou na cárdia e depois afetou também o fígado desde 2019.
Após um período com a doença controlada, recebeu em fevereiro deste ano, pouco após iniciar o novo mandato, quando foi reeleito em segundo turno em 2021, a notícia da piora de seu quadro. Foi diagnosticado um novo nódulo, e o prefeito retomou a quimioterapia.
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Ele vinha evitando, desde então, afastar-se de suas funções na prefeitura, limitando suas licenças médicas. Em 2 de maio, porém, o prefeito decidiu se licenciar por 30 dias do comando da prefeitura de São Paulo. Naquela data, o vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB), passou a chefiar o Executivo.
À época, em seu perfil no Instagram, Covas publicou uma nota em que diz que solicitará à Câmara uma licença de 30 dias para se dedicar totalmente à sua recuperação e que tem certeza de que vai superar mais essa batalha. "Assim como tenho a convicção que o nosso vice Ricardo Nunes e a nossa equipe de secretárias e secretários manterão a cidade no rumo certo, cumprindo o nosso programa de metas e plano de governo, priorizando o combate à pandemia e seus efeitos", escreveu.
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Também disse que nos últimos meses a vida vinha apresentado enormes desafios e que ele procurava enfrentá-los com fé, cabeça erguida e muita determinação. O prefeito vinha recebendo alimentação venosa suplementar para recuperar o peso perdido nos últimos meses. Ele já tinha sido tratado com quimioterapia e imunoterapia, mas a doença avançou no começo deste ano.
Bruno Covas exaltou a polícia ao assumir cargo de prefeito em 2018
Em 2016, mais conhecido por ser neto de Mário Covas (1930-2001) do que pela atuação discreta como parlamentar, Covas se tornou o vice na chapa de João Doria (PSDB) para a prefeitura como uma tentativa de pacificar o tucanato rachado pela escolha de um outsider como candidato.
Em abril de 2018, aos 38 anos, ele assumiria o posto de prefeito, deixado por Doria ao disputar o governo estadual. Em seu primeiro discurso no cargo, exaltou a política, contrastando com a bandeira de gestor apolítico do antecessor.
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Em diversos momentos e de forma crescente, o contraste se tornou atrito, ainda que não inimizade. A reeleição alimentou a aposta nos bastidores do partido de que o prefeito se tornaria um contraponto ao governador como principal voz do PSDB.
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Na sede do Executivo paulistano, na noite desta sexta, o clima era de consternação, com secretários se abraçando e chorando. Em frente ao Hospital Sírio-Libanês, havia grande concentração de veículos de imprensa, aguardando novas informações.