Às vésperas de completar quatro anos da maior tragédia climática de Presidente Getúlio, quando 18 pessoas morreram em uma enxurrada, a prefeitura da cidade concluiu a instalação de um sistema de monitoramento e alerta a desastres. Os equipamentos custaram R$ 539 mil aos cofres públicos. São duas estações pluviométricas, uma meteorológica e outra hidrológica com capacidade para avisos sonoros.

Continua depois da publicidade

Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp

Essa última foi instalada na região do bairro Revólver, o mais atingido pelo temporal que assolou o município em dezembro de 2020. Além de registrar o volume de chuva, a estação tem um dispositivo que permite soar uma sirene em alto volume caso seja preciso avisar os moradores sobre situações de perigo. Ela também possibilita emitir uma mensagem em áudio pelos alto-falantes (assista vídeo abaixo).

— Está tudo instalado, já foram feitos os testes e agora segue para a fase de parametrização e liberação. Acredito que na próxima semana esteja pronto para operar — diz Lúcio Adelar Bittencourt, coordenador da Defesa Civil de Presidente Getúlio.

Onde está cada estação

  • Estação pluviométrica: Serra dos Índios
  • Estação pluviométrica: Serra Vencida
  • Estação Meteorológica: Serra do Mirador
  • Estação Total (hidrológica e sistema de alerta): Revólver

Continua depois da publicidade

Uma tragédia sem precedentes

Um temporal no fim da tarde de 16 de dezembro de 2020, que se prolongou durante a madrugada do dia 17, causou uma tragédia sem precedentes em Presidente Getúlio, cidade com 20 mil moradores no Alto Vale do Itajaí. Foram 125 milímetros de chuva em um curto intervalo de tempo. As águas desceram com força pelos morros e a lama arrastou o que tinha pela frente (veja fotos baixo).

Ao todo, 18 pessoas morreram, sendo nove da mesma família.

Casas ficaram destruídas, ruas ficaram altas de barro, e dentro do Ribeirão Revólver, que passa na região, dezenas de carros foram encontrados retorcidos. Sobreviventes relatam gritos de socorro e pessoas arrastadas pelas águas, um cenário de horror. Um ano após a tragédia, moradores contaram que ainda enfrentavam dificuldades para dormir em dias de chuva.

Leia mais

Novo sistema de alerta a desastres entra em funcionamento em SC e mais seis estados

Contrato milionário dá à UFSC missão de apontar obras necessárias contra cheias em toda SC

Superpacote de obras contra enchentes em SC soma R$ 305,4 milhões um ano após cheias