No interior de Lajeado Grande, no Oeste catarinense, existe um lugar onde o tempo parece passar mais devagar. O cheiro de fruta madura se mistura na brisa da natureza. Onde as histórias e tradições se encontram com novos sonhos. Esse é o Regalos do Interior, a propriedade administrada pelo casal Dani Jannuzzi e Rafael Fochezatto, que hoje recebe visitantes com simplicidade, charme e um propósito muito claro: entregar às pessoas o “presente do interior”.

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A história dos dois começa em Chapecó, quando Dani, turismóloga, que trabalhou por dez anos na prefeitura, conheceu Rafael, recém-saído do interior para viver uma fase urbana. Ele, nascido e criado em Lajeado Grande, formado em técnico-agrícola e completamente apaixonado por frutas. Ela, encantada pelo turismo rural e pelo potencial de transformar experiências simples em memórias afetivas.

Quando Rafa levou Dani pela primeira vez para conhecer a propriedade da família, algo se alinhou.

— Sempre gostei do turismo rural, e quando vi a terra, a história, o que aquilo representava, abriu um monte de possibilidades — diz, conta ela.

E não era uma terra qualquer: são mais de 60 anos de ancestralidade, passando dos avós aos pais, em um processo de colonização típico do Oeste catarinense, dos bisavós vindos da Itália, passando pelo Rio Grande do Sul, até fixarem raízes na região.

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Foi o pai de Rafael, seu Valdecir, quem abriu caminho para esse novo capítulo ao ceder um espaço da propriedade para os dois poderem criar algo diferente. E dali surgiu o primeiro passo: a fruticultura, paixão antiga de Rafa. Vieram as viagens, as pesquisas, a busca por variedades que se adaptassem ao clima e ao solo. Até que finalmente nasceram os pomares de citrus, pêssegos, amoras e uvas.

— Com o tempo, surgiram os excedentes de produção. E, morando longe do centro urbano, a necessidade de aproveitar tudo levou à criação de uma cozinha legalizada para processamento das frutas. Das primeiras geleias às versões atuais, tudo foi crescendo junto com o interesse das pessoas que, especialmente no pós-pandemia, queriam saber onde ficava aquele espaço cheio de árvores, fruta, ar puro e calma — relembra.

Assim, em 2021, a propriedade finalmente abriu seus portões para receber visitantes. O que era produção agrícola virou também experiência, acolhimento, turismo rural. E caiu como uma luva para um momento em que o público buscava exatamente isso: áreas abertas, contato com a natureza, comida afetiva e um pouco de respiro da vida acelerada.

A partir daí nasceu o café colonial, hoje o carro-chefe junto da fruticultura. Já o tradicional colha e pague funciona conforme a época das colheitas, e é justamente essa sazonalidade que torna a experiência tão especial. No momento, a estrela da vez são os pêssegos brancos. Duas variedades (Campai e Fascínio) devem render cerca de 600 quilos este ano, todos com excelente aceitação.

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— A fruta está muito doce, muito saborosa — explica Dani, orgulhosa do retorno positivo dos visitantes.

E quem participa da colheita entende por quê. Caminhar entre as árvores, escolher o próprio fruto, provar direto do pé, tudo isso tem uma simplicidade que toca as pessoas. As crianças, então, vivem a descoberta com olhos curiosos, muitas pela primeira vez entendendo o que é fruta de verdade, madura no ponto.

— Ver eles vivendo isso, aprendendo, é gratificante demais — diz Dani.

Origem do nome

Mas por que Regalos do Interior?

— Porque regalo significa “presente” em português, espanhol e italiano, um elo perfeito entre as origens da família e o propósito do espaço. A ideia é simples: que cada pessoa saia dali carregando um presente. Seja um pote de geleia, um cesto de pêssegos ou, principalmente, a lembrança de um dia vivido com calma, afeto e natureza — frisa.

Dani finaliza dizendo que em um mundo acelerado, o Regalos do Interior se posiciona como um pequeno refúgio, onde o tempo desacelera e o interior abraça.

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