Como a filiação de Alckmin ao PSB pode interferir nas eleições de SC

A filiação de Geraldo Alckmin ao PSB, com a possibilidade de se tornar candidato a vice-presidente na chapa de Lula (PT), pode ter reflexos também nas eleições para o governo de SC em 2022.

Eleições 2022: quem são os pré-candidatos ao governo de SC

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Futura casa de Alckmin, após a confirmação dada nesta segunda-feira (7) pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, o PSB já faz parte do grupo de partidos de centro-esquerda que vêm conversando para construir uma candidatura única nas eleições de 2022. O grupo deveria ser o palanque do ex-presidente Lula no Estado e até de outras candidaturas do campo da esquerda, como do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

O principal nome deste grupo que vinha sendo apontado como pré-candidato a governador é o do ex-deputado federal Décio Lima (PT), liderança próxima de Lula. Nos últimos meses, no entanto, com o “divórcio” do senador Dário Berger com o MDB, que vem sendo travado durante a indefinição do partido sobre quem será o pré-candidato a governador, Dário também virou figura de destaque neste núcleo.

Com convite da direção nacional do PSB e até foto de aniversário feita com lideranças do partido, Dário vinha se aproximando cada vez mais dos socialistas para um projeto de candidatura a governador.

Na semana passada, Dário publicou foto nas redes sociais durante um café com Alckmin. Disse que o ex-governador de São Paulo o incentivou a concorrer ao governo de SC e escreveu na legenda que conversaram sobre “transformar o Brasil e Santa Catarina num país e num estado de oportunidades”.

Além de Dário, o PSB também conversa com o ex-deputado federal Jorge Boeira, que também é citado como possível nome para liderar uma candidatura dos partidos de esquerda.

O presidente do PSB, Cláudio Vignatti, acredita que a confirmação da filiação de Alckmin, que aponta como uma liderança importante para muitos catarinenses, deve facilitar a atração de novas lideranças, incluindo essas conversas com Dário e Boeira.

– As lideranças políticas têm o tempo dela. Na majoritária, a ideia é ter candidato a governo do Estado. O partido tem conversado com o senador (Dário Berger), com Boeira. Depois do anúncio de filiação do Alckmin, acho que vai ficar mais fácil esse caminho que a gente está buscando – apontou.

O PSB promove neste sábado (12) um congresso estadual na Assembleia Legislativa, em Florianópolis. Nomes que têm conversado com o partido, como Dário e Boeira, foram convidados. A direção do partido, no entanto, afirma que o encontro não deverá ter anúncios de filiações.

Oficialmente, o senador ainda adota um tom discreto sobre a possível ida ao PSB. A assessoria de Dário respondeu à reportagem afirmando que ele “segue tentando viabilizar sua candidatura a governador pelo MDB, e segue conversando com demais siglas que lhe procuram para a construção de um projeto comum para SC, como é o caso do PSB”.

PT também acredita em aproximação de Dário

A filiação de Alckmin ao PSB tem significado especial pela provável candidatura dele a vice-presidente na chapa do ex-presidente Lula. Adversários nas eleições presidenciais de 2006, os dois vêm conversando desde o ano passado para costurar o acordo.

Em SC, a aproximação entre PT e PSB para repetir no Estado a aliança nacional também vem se fortalecendo. O presidente estadual do partido, Décio Lima, confirma que a ida de Alckmin ao PSB deve fortalecer a aproximação de Dário ao grupo de partidos de esquerda. Décio diz que considera mais importante que os partidos permaneçam juntos e não quem vai protagonizar o projeto. Diz que “pode ser candidato a vice, a senador, a suplente de senador”. No entanto, faz questão de lembrar que o ex-presidente Lula tem liderado as pesquisas e diz que será preciso considerar questões como “quem tem mais identificação com o presidente” na hora de bater o martelo sobre o nome do pré-candidato do bloco a governador em SC.

Além de Décio, Dário e Boeira, o bloco de partidos que reúne ainda siglas como PDT, PCdoB, PSOL, PV e Solidariedade tem apresentado o nome de Fernando Coruja (PDT) como possível candidato. No último mês, o ex-deputado estadual Gelson Merisio também “entrou no grupo”. Ainda de saída do PSDB, ele surpreendeu ao ser fotografado em reunião com Lula, declarar apoio ao ex-presidente e se oferecer até mesmo para coordenar a campanha do petista à presidência em SC.

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