Em meio a negociações pelo fim da guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, lidava com um conflito próprio do país: os cartéis de drogas na América Latina. As informações são do g1.
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Desde a metade do mês de agosto, as Forças Armadas estadunidenses passaram a enviar tropas para a América Latina com o objetivo de enfrentar grupos criminosos na região. Atualmente, a fonte de uma das principais crises internas dos Estados Unidos é o consumo de drogas.
O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para drogas e crimes mostrou que o uso de entorpecentes cresceu ligeiramente nos EUA nos últimos anos. Esse dado se dá, principalmente, pela “epidemia” de fentanil, opioide que tomou grandes cidades, como Los Angeles (LA), e matou mais de 70 mil pessoas por overdose em 2023.
Mesmo que as substâncias químicas que compõem o fentanil venham da China, é em milhares de laboratórios no México que a droga é fabricada, antes de ser levada aos EUA pela fronteira.
Consumida por cerca de 2% da população total dos Estados Unidos, a cocaína também vem majoritariamente de países como Colômbia, Bolívia e Peru.
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Veja as drogas mais consumidas nos EUA, segundo a ONU
- Cannabis, cujo consumo e porte, dependendo do estado norte-americano, pode ser liberado ou alvo de punição;
- Opioides (como o fentanil);
- Anfetaminas;
- Cocaína;
- Ecstasy.
Diante deste cenário, o governo Trump precisou adotar uma postura e discurso agressivos desde o início do segundo mandato, em janeiro de 2025 — isso principalmente contra cartéis de drogas latino-americanos.
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Na última semana, Washington, capital dos EUA, anunciou o envio de tropas norte-americanas para diferentes regiões da América Latina. A princípio, o Brasil não está incluído na rota.
O jornal The New York Times apurou que Trump ordenou que as tropas mirem grupos no México e na Venezuela, como o Tren de Aragua e o MS-13. A operação contemplaria ainda ações em solo, por mar e ataques aéreos.
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Nesse envio de tropas para a América Latina, grupos das forças aéreas e navais foram despachados pelo Departamento de Defesa americano para o sul do Mar do Caribe. À agência de notícias Reuters, uma autoridade militar americana disse que, no total, cerca de quatro mil marinheiros e fuzileiros navais devem ser mobilizados nos esforços do governo Trump na região sul do Caribe.
A autoridade, que falou sob a condição de anonimato, disse ainda que o reforço de ativos militares na região mais ampla incluirá vários aviões espiões P-8, navios de guerra e ao menos um submarino de ataque. De acordo com a fonte, o processo deverá se estender por vários meses e a previsão é que operem no espaço aéreo e em águas internacionais.
O funcionário revelou que os ativos navais poderão ser usados não só para realizar operações de inteligência e vigilância, mas também como plataforma de lançamento para ataques direcionados.
Plano antidrogas abre nova crise entre EUA e Venezuela
Como parte da operação do plano contra drogas, os EUA deslocaram três navios de guerra para o sul do Caribe, perto da costa da Venezuela, sob alegação de conter ameaças de cartéis de tráfico de drogas, conforme agências de notícias.
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Em meio a isso, o governo Trump também aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa oferecida por informações que levam à captura de Maduro. O país acusa o líder venezuelano de comandar o cartel de drogas e ser “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.
Em resposta às ações, Nicolás Maduro anunciou na segunda-feira (19) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos, que reagem ao que ele chamou de “ameaças” dos Estados Unidos.
— Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas — anunciou Maduro em ato transmitido pela TV, ao ordenar “tarefas” perante “a renovação das ameaças” dos Estados Unidos contra a Venezuela.
Dados oficiais divulgados pelo próprio governo venezuelano alegam que a Milícia Bolivariana é composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas. Ela foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez, que governou o país entre 1999 e 2013, e se tornou posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). O grupo atua como um apoio ao Exército na “defesa da nação”.
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*Sob supervisão de Luana Amorim
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