O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30% (E30) e de biodiesel no diesel de 14% para 15% (B15), com vigência a partir de 1º de agosto.

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Essas medidas visam melhorar a autossuficiência energética do Brasil, reduzir dependência de importações e diminuir preços dos combustíveis, além de fortalecer a produção de biocombustíveis, reduzir emissões e impulsionar a economia, gerando investimentos, empregos e potencial de exportação.

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Para o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), Evandro Gussi, o E30 é um passo firme rumo ao futuro da mobilidade sustentável:

— Estamos diante de uma conquista histórica, fruto de esforço técnico, institucional e político. A decisão do CNPE reforça o protagonismo do País na descarbonização da matriz de transportes e fortalece o uso de uma tecnologia genuinamente brasileira, já reconhecida e modelo para outros países.

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Teste aprovaram

O Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul (SP), foi selecionado pelo Ministério de Minas e Energia para participar dos testes da Lei do Combustível do Futuro, que introduz a mistura E30, com 30% de etanol e 70% de gasolina.

Os testes, que envolveram veículos leves e motocicletas, demonstraram que a nova mistura é viável tecnicamente e ambientalmente, sem prejudicar desempenho, consumo ou emissões.

Os veículos testados apresentaram comportamento semelhante ao da gasolina convencional, segundo o Instituto Mauá, com ajustes mínimos nos sistemas eletrônicos de injeção, e as emissões e autonomia permaneceram dentro dos limites regulatórios.

E para o consumidor?

Na prática, para o consumidor, o preço do litro da gasolina poderá ficar até R$ 0,20 mais em conta. De acordo com o governo, um motorista de aplicativo teria uma economia de R$ 1.800 por ano.

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Uma das possíveis consequências de mais etanol na gasolina é a diminuição da autonomia dos veículos, pois o aumento do uso de combustível vegetal possui um menor poder calorífico, ou seja, um litro de etanol fornece menos energia do que um litro de gasolina.

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Além disso, não há uma garantia de que o preço do etanol permanecerá estável e será vantajoso, especialmente durante as entressafras, quando seu valor costuma subir.

Uma pesquisa recente da Veloe revelou que 42% da frota de veículos no Brasil é flex, enquanto os veículos exclusivamente movidos a gasolina correspondem a 40%.

Para a maioria desses veículos que utiliza apenas o combustível fóssil, sobretudo os mais antigos, uma mistura com até 30% de etanol pode resultar não só em maior consumo, mas também em desgaste precoce no sistema de bombas e bicos injetores.

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Os carros, principalmente os importados, que não foram projetados para aceitar essa proporção de etanol na gasolina podem sofrer danos em componentes específicos e precisarão de revisões antecipadas.

O mesmo pode ocorrer com motocicletas e carros mais antigos.

Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial

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