Ao menos quatro catarinenses integram o Livro de Heróis e Heroínas da Pátria — ou Livro de Aço. A publicação reúne o nome de personalidades que ajudaram na defesa ou na construção do país ao longo da história.
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A homenagem foi criada em 1992, com a inscrição de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil. O livro fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Antonieta de Barros, 1ª deputada negra do Brasil, inspira mulheres na luta por direitos
Desde então, personalidades como Machado de Assis, Chico Xavier, Zumbi dos Palmares e Santos Dumont foram acrescentados a lista. Também fazem parte do livro militares, escritores ou intelectuais, políticos, inventores, músicos, revolucionários, enfermeiros e um imperador.
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Atualmente, 87 nomes integram o Livro de Aço. O último foi Abdias do Nascimento, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras. A inscrição de um novo personagem depende de lei aprovada no Congresso.
Entre os catarinenses, são três mulheres e um homem. A primeira inscrição foi de Anita Garibaldi, por meio da Lei 12.615, de 2012. Já a última foi a da pediatra e sanitarista Zilda Arns, em abril do ano passado.
Conheça os Heróis e Heroínas da Pátria de SC
Anita Garibaldi – Heroína da Guerra dos Farrapos (1821-1849)
Primeira catarinense a integrar a lista, Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em Laguna, no Sul do Estado, em agosto de 1821. Ao lado de Giuseppe Garibaldi, participou da Guerra dos Farrapos em 1837.
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Também participou da Batalha dos Curitibanos, no Brasil, e da batalha de Gianicolo, na Itália, onde morreu em 1849, após contrair uma febre tifóide. Por lutar em ambos os países, Anita recebeu o título de “Heroína de Dois Mundos”.
Entrou para a lista após a sanção da Lei 12.615, de 2012, pela então presidente Dilma Rousseff.
Nos 200 anos de Anita Garibaldi, linha do tempo mostra vida da catarinense
Joaquim Francisco da Costa – Irmão Joaquim (1761-1829)
Irmão Joaquim nasceu na vila de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, em 1761. Ele foi responsável pela arrecadação de esmolas para a construção do Imperial Hospital da Caridade, considerada a primeira unidade hospitalar de Santa Catarina.
A vida toda do sacerdote foi dedicada aos doentes e necessitados. Foi o responsável pela construção da Casa dos Órfãos São Joaquim da Bahia, Santa Casa de Misericórdia, de Porto Alegre (RS), Casa Pia da Santíssima Trindade, de Jacuencanga (RJ), Seminário de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Itu (SP), e Seminário de Sant’Ana, da cidade de São Paulo (SP).
Entrou para a lista após a sanção da Lei 13.623, de 2018, pelo então presidente Michel Temer.
Antonieta de Barros (1901-1952)
Primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil, Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis, em 1901. Professora, jornalista e política, além de filha de escrava liberta, foi pioneira no combate à discriminação dos negros e das mulheres.
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Além disso, criou a lei estadual que tornou o dia 15 de outubro como Dia do Professor, um feriado escolar. Como professora, ela fundou a própria escola, onde deu aula para adultos e moradores carentes. Já como jornalista, ela participava da imprensa em uma época onde era raro mulheres expressarem suas opiniões.
Entrou para a lista após a sanção da Lei 14.518, de 2023, de 2023, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Zilda Arns Neumann (1934 – 2010)
Última catarinense a integrar o Livro de Aço, Zilda Arns Neumann foi pediatra e sanitarista, atuando principalmente no combate à mortalidade infantil. Ela nasceu em agosto de 1934, em Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina, e foi uma das fundadoras da Pastoral da Criança. Ela morreu em 2010, após o terremoto que atingiu o Haiti.
Também foi indicada três vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Zilda trabalhou junto às comunidades católicas e treinou voluntários para ensinar mães das camadas mais vulneráveis do país a usar o soro caseiro. O trabalho dela também beneficiou os idosos, principalmente com a fundação, em 2004, da Pastoral da Pessoa Idosa.
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Entrou para a lista após a sanção da Lei 14.552, de 2023, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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