O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) decidiu pelo arquivamento da denúncia contra o vereador Wilian Tonezi (PL) na tarde desta quarta-feira (10). O vereador respondia pela acusação de suposta violência de gênero, após denúncia formalizada pela vereadora Vanessa da Rosa (PT) em março.

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Na época, a vereadora acusou o parlamentar por conta de agressões verbais contra vereadoras de diferentes partidos. Ainda, afirmou que o vereador criou “um ambiente hostil e intimidatório em que não se pode discutir pautas relacionadas aos direitos das mulheres”.

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Em resposta, Tonezi argumentou que a denúncia era “uma tentativa de calar os representantes da direita conservadora”. Disse, ainda, que atua na CVJ para “representar a mulher e o homem conservador da cidade”.

A posição do relator

Em seu voto pelo arquivamento da denúncia, o relator do processo, Lucas Souza (Republicanos) concluiu que a denúncia não configurou infração ético-parlamentar. Como justificativa, afirmou que “a conduta do vereador Wilian Tonezi, nos termos apurados, embora no limiar, não ultrapassou os limites da atuação parlamentar protegida pela imunidade, nem configurou violação ao decoro ou assédio/violência política de gênero que justifique a aplicação de sanções”.

A posição do relator foi aprovada por unanimidade pelos demais integrantes da Comissão, os vereadores Cleiton Profeta (PL), Mateus Batista (União), Neto Petters (Novo) e Pastor Ascendino Batista.

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O parecer agora segue para apreciação, no prazo de até dez dias, pelo plenário da Câmara de Vereadores.

O que diz Vanessa da Rosa

Para a vereadora Vanessa da Rosa (PT), o arquivamento da denúncia contra Tonezi era esperado “diante do cenário de aproximação do governo municipal e governo estadual.”

— Diante deste contexto político, foi construído um parecer que considerou o vereador acusado como apenas alguém assertivo, de “conduta acalorada”, quando, na verdade, esta suposta assertividade é um ataque sistemático às mulheres do Poder Legislativo, do Poder Executivo e de movimentos sociais. Esta postura agressiva tem o propósito de afastar mulheres da política, mantendo baixa a representatividade das mulheres que compõem a maioria da população — afirmou a vereadora ao NSC Total.

A parlamentar ainda lamentou a aprovação do parecer pelo arquivamento e afirmou que espera que a decisão seja revertida no plenário.

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O que diz Wilian Tonezi

Em nota ao NSC Total, o parlamentar classificou o caso como “perseguição”. Ainda de acordo com Tonezi, o relatório da comissão considerou que não houve quebra de decoro de sua parte, assim como “não houve violência política.”

“O que tentaram foi censura, mas o conselho reafirmou que o mandato existe para falar a verdade, defender a família e lutar pela liberdade. Não vamos nos calar”, disse.

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