Golpes
Especialista ensina como saber se as suas informações estão nos pacotes comercializados na internet e alerta para os riscos
O vazamento dos números de CPF entre outros dados pessoais de mais de 223 milhões de brasileiros, incluindo pessoas que já morreram, acendeu um alerta para golpes e crimes que podem ser realizados com essas informações. Descubra se os seus dados estão nos pacotes comercializados na internet e o que fazer para se proteger.
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Além dos CPFs, os pacotes que estavam sendo vendidos em um fórum online, incluíam informações como foto pessoal, endereço, telefone, e-mail, score de crédito, salário, lista de familiares, dados de veículos, além de benefícios do INSS e programas sociais (como o Bolsa Família).
A advogada Ana Isabel Mendes, especialista em proteção de dados, explica que além da simples exposição de informações privadas, a pessoa que teve dados compartilhados pode ser vítima de diversos golpes e crimes:
— Pode ocorrer a inscrição do titular de dados em contas aleatórias ou suspeitas, filiação a times de futebol e partidos políticos, solicitação de cartão de crédito em nome do titular do dado, e utilização dos dados para realização de ataques e crimes contra outras pessoas.
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Depois que ocorreu o grande vazamento de dados, um programador criou um site chamado "Fui Vazado", onde as pessoas podem verificar se seus dados estão nos pacotes comercializados na internet. Ana Isabel Mendes indica a plataforma para que as pessoas saibam se suas informações pessoais estão correndo risco e fiquem atentas aos possíveis golpes.
Para saber se teve informações vazadas e quais delas estão disponíveis online, basta fornecer o CPF e sua data de nascimento, que a plataforma fará o cruzamento dos dados com a base disponibilizada pelos golpistas.
A advogada também sugere outra plataforma, em inglês, chamada “Have I Been Pwned”, na qual você pode consultar se o seu e-mail foi vazado. Caso isso tenha acontecido, o site informa a origem do vazamento e qual a orientação a seguir — se vale trocar a senha, por exemplo.
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- Registrar um boletim de ocorrência;
- Acompanhar os extratos de sua conta bancária e do cartão de crédito;
- Monitorar a movimentação do seu cadastro no SPC/Serasa;
- Estar atento a mensagens, e-mails e SMS que informem códigos para verificação de conta, pois, através deles, muitos criminosos fazem a clonagem;
- Avisar amigos próximos e familiares, pois se o criminoso tentar se passar por você, pedindo dinheiro, por exemplo, essas pessoas saberão que é um golpe;
- Como ainda não foi constatada a origem do vazamento, não é possível propor uma ação judicial para reparar os danos. Caso o responsável seja identificado, havendo prejuízo material ou moral, a orientação é contratar um advogado para auxiliar no processo de indenização;
- Caso tenha acontecido a fraude através de uma plataforma, como WhatsApp, deve-se entrar em contato com a empresa envolvida.
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É importante ter cautela no meio digital, evitando clicar em links desconhecidos, passar códigos por e-mail, WhatsApp ou telefone e realizar cadastro apenas em sites confiáveis. Além disso, Ana Isabel Mendes sugere que as pessoas concedam o mínimo de dados possíveis a terceiros, somente aqueles destinados à finalidade.
— Vou à farmácia para comprar um medicamento, por exemplo. A concessão do meu CPF está realmente ligada à compra do medicamento? Se não, há um desvio de finalidade, e aí aconselho a não conceder — explica.
A advogada também destaca que a Lei Geral de Proteção de Dados veio para regularizar toda esta situação, protegendo os titulares de dados, trazendo uma política que deve ser adotada por pessoas físicas ou jurídicas.
— Sugiro que se exija que, quem colete os nossos dados, esteja adequado à essa legislação, porque ela traz toda uma gama de proteção, que vai desde a coleta de dados mínimos e com finalidades previstas na lei, minimizando riscos, até a política adotada após o vazamento dos dados, no sentido de minimizar os prejuízos e conferir uma relação de transparência com os titulares dos dados — destaca a advogada.
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