A APM Terminals comunicou nesta quarta-feira (31) que não vai renovar o contrato de operação do porto de Itajaí. A decisão agrava um cenário já delicado de baixa movimentação de contêineres nos últimos meses. A queda chega a 95%. A prefeitura anunciou licitação para definir uma nova empresa enquanto o governo federal faz o edital de arrendamento das áreas operacionais do terminal portuário.
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A licitação tapa-buraco deve ser publicada na próxima segunda-feira (5). As atividades da APM Terminals, responsável por operar os berços 1 e 2, se encerram no dia 30 de junho. A administração do porto imagina que por ao menos um mês ambas as estruturas ficarão fora de funcionamento até que a vencedora assuma as atividades. Quem ganhar permanece até o fim de 2024.
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O pano de fundo para APM Terminals decidir não renovar o contrato seria uma cobrança da administração portuária para que a empresa movimentasse ao menos 10 mil contêineres por mês. A quantidade seria um desafio porque no ano passado, com o anúncio de privatização do porto e um contrato temporário, a empresa não teria conseguido negociar grandes volumes de carga.
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A colunista do NSC Total, Dagmara Spautz, chegou a explicar que, sem previsibilidade, muitas linhas de contêineres deixaram Itajaí.
De acordo com a Superintendência do Porto de Itajaí, o prazo de seis meses a um ano é bastante curto quando se trata de logística de cargas, justamente por conta dessa questão da previsibilidade. O cenário hoje é de pátios vazios e quase nada de contêineres. O superintendente Fábio da Veiga diz, ainda, que “é de suma importância que sejam adotadas medidas imediatas para evitar a ociosidade”.
Com a saída de Itajaí, a APM Terminals vai lançar novamente um programa de demissão voluntária para os cerca de 100 funcionários. Isso já tinha ocorrido em 2022 e aproximadamente 60 trabalhadores aderiram.
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A solução para a crise no porto de Itajaí deve vir com a contratação definitiva de uma empresa para assumir a operação dos berços 1 e 2. Para isso, é preciso que o governo federal finalize o edital de arrendamento das áreas operacionais do terminal portuário. O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, diz que desde 2017 o município tem cobrado a realização do leilão para as próximas décadas e que esse período de transição expõe “dificuldade atual dos operadores fecharem contratos”.
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Morastoni afirma que terá audiência em Brasília na próxima semana com o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, para tratar sobre o tema.
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