O futuro de Jair Bolsonaro após a condenação por tentativa de golpe de Estado e a definição do herdeiro político do ex-presidente no mês de setembro ajudaram a acelerar as definições sobre a corrida pela Presidência da República, que levará mais de 150 milhões de brasileiros às urnas em 4 de outubro de 2026. A exato um ano do primeiro turno, o cenário aponta uma provável disputa do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela reeleição contra um rival bolsonarista, ainda indefinido. Ao menos outros quatro nomes também ensaiam uma pré-candidatura para tentar uma alternativa aos polos Lula e Bolsonaro, pelo campo da centro-direita.

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Lula tem apostado na defesa da soberania nacional em respostas às sanções econômicas dos Estados Unidos após articulação de aliados Jair Bolsonaro e em propostas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, votada esta semana na Câmara dos Deputados, para alavancar os planos de reeleição. Esses assuntos renderam ao petista um aumento de popularidade e crescimento em pesquisas de aprovação ao longo do segundo semestre. Em paralelo, o PT observa as movimentações de partidos da direita que pretendem enfrentá-lo nas urnas.

Veja possíveis candidatos a presidente em 2026

O adversário de Lula apontado como mais provável pelo grupo bolsonarista na disputa pela presidência em 2026 é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O ex-ministro fez acenos importantes no início de setembro ao atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e subir em um trio elétrico para defender a anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro, tudo em busca da bênção de Bolsonaro para ser o candidato indicado por ele para a corrida presidencial. A indicação, no entanto, até o momento não veio. Na última semana, Tarcísio recuou e teria afirmado a aliados que irá concorrer à reeleição a governador de São Paulo, desistindo da campanha presidencial. O governador visitou Bolsonaro na segunda-feira (29) e fez novas promessas de fidelidade a Bolsonaro.

A candidatura de Tarcísio é apontada como o projeto mais viável para unificar a direita em 2026. Caso não se confirme, a tendência é que o PL decida lançar candidato próprio, possivelmente alguém da família Bolsonaro. O filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal atualmente nos Estados Unidos, e a ex-primeira-dama Michelle, que já admitiu possibilidade de ser candidata, são os nomes mais cogitados.

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Nesse cenário, cresceria a tendência de partidos do Centrão, sob liderança do chefe do PSD, Gilberto Kassab, também apostarem em uma candidatura própria. Nessa raia, os nomes cogitados são dos governadores do Paraná, Ratinho Júnior, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ambos do PSD. O cenário de divisão do eleitorado da direita poderia abrir flancos para a confirmação de candidaturas de outros nomes da centro-direita que vêm se apresentando como pré-candidatos, mas que poderiam declinar em caso de unificação em torno da candidatura de Tarcísio. É o caso dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que por enquanto também são nomes na mesa para a disputa pela presidência em 2026.

Possíveis candidatos a presidente em 2026

  • Lula (PT)
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos)
  • Michelle Bolsonaro (PL) ou Eduardo Bolsonaro (PL)
  • Ratinho Júnior (PSD) ou Eduardo Leite (PSD)
  • Ronaldo Caiado (União)
  • Romeu Zema (Novo)

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