O ex-vereador de Florianópolis Marco Aurélio Espíndola, o Badeko, foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto e pagamento de multa por envolvimento num esquema de lavagem de dinheiro. A sentença foi divulgada nesta quarta-feira (13) e assinada pelo juiz Renato Guilherme Gomes Cunha.

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Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), a ação surgiu de um desdobramento da Operação Ave de Rapina. A irmã de Badeko, Karolina Machado, também estaria envolvida no esquema e foi condenada a três anos e seis meses de reclusão e pagamento de multa, com pena revertida à prestação de serviços comunitários.

A decisão também prevê a perda de um imóvel no bairro Costa da Lagoa supostamente adquirido pelo ex-vereador com recursos do esquema de lavagem de dinheiro. O valor de uma lancha avaliada em R$ 80 mil, vendida pelo ex-vereador, também terá de ser devolvido ao erário.

A investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apontou que Badeko teria movimentado, entre 2010 e 2013, a quantia de R$ 1,04 milhão, o que segundo a Justiça é “muito superior aos seus rendimentos” — que nestes quatro anos foram de R$ 537,8 mil. 

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“Em simples cálculo aritmético entre os rendimentos do réu e as operações financeiras realizadas, chega-se a uma diferença de R$502.471,87 em movimentações financeiras, quase o mesmo valor dos seus rendimentos. Nos autos não se encontra prova de outra fonte de renda pelo réu capaz de justificar a vultosa e desproporcional movimentação financeira”, diz o juiz Gomes Cunha na sentença.

Tanto Badeko quanto a irmã podem recorrer da decisão.

Contraponto

Procurado pelo Diário Catarinense, o advogado Lídio Moisés Cruz, que representa o ex-vereador Badeko, disse que não foi intimado da decisão e vai esperar essa notificação para recorrer. A reportagem também tentou contato por telefone com os quatro advogados que defendem Karolina Machado no processo, porém não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Investigações da Ave de Rapina

O ex-vereador é apontado como o líder do esquema de corrupção investigado pela Operação Ave de Rapina, deflagrado em novembro de 2014, pela Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público. 

A investigação apurou suspeitas de recebimento de propina por parte de vereadores de Florianópolis para aprovação do substitutivo global, de autoria de Badeko, que alterou o projeto de lei Cidade Limpa, que regularia a publicidade de outdoors, luminosos e placas espalhadas pelas ruas da Capital.

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