A capela de São Pedro, submersa na Barragem do Rio São Bento, virou atração turística em Siderópolis, no Sul de Santa Catarina. Embaixo da água há mais de 20 anos, a ponta da torre da igreja chama a atenção por sua localização “diferenciada” e história.

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Construída em 1959, com o campanário da antiga igreja de 1927, a capela era um ponto religioso importante para os moradores da região. Em 2001, um projeto de construção de uma barragem com o objetivo melhorar o abastecimento da cidade e de municípios próximos, finalmente saiu do papel. O local escolhido foi a Vila de São Pedro.

Com o andamento das obras, os moradores da região tiveram que se despedir de um dos símbolos mais marcantes da vila: a capela. A barragem foi construída no local, mas a torre da capela foi preservada a pedido dos moradores, como forma de manter viva a memória daquele povoado.

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Veja fotos de antes e depois da capela

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Indenizadas, 29 famílias que moravam ali se deslocaram para outros bairros e cidades da região e aproximadamente 450 hectares foram alagados.

Imagens antigas de moradores da comunidade mostram como era a capela e a vila no passado. Alguns registros históricos foram resgatados no livro “Memórias de São Pedro”, lançado pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) em 2014.

Última missa na capela

No dia 21 de abril de 2002, durante o feriado de Tiradentes, a comoção e a tristeza tomaram conta das pessoas que moravam na região: era hora de se despedir da igreja. Os moradores se reuniram para celebrar a última missa antes da demolição da capela.

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Segundo informações da prefeitura da cidade, a igreja estava lotada naquele dia e muitas pessoas tiveram que ficar do lado de fora da capela. “Era domingo, o último dia que os sinos da igreja tocariam e que a estrutura ainda estaria em pé. No dia seguinte, segunda-feira, 22 de abril, a igrejinha construída em 1959 viria ao chão”.

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Na última missa, foi realizado a primeira comunhão de oito crianças da comunidade. O padre Vilmar Moretti, e o vigário paroquial Almircar Gabriel, de 83 anos, celebraram a última missa.

Atualmente, a Barragem construída no local fornece água aos municípios de Criciúma, Siderópolis, Forquilhinha, Maracaja, Nova Veneza, parte de Morro da Fumaça e Içara.

Turismo na região

A história da capela submersa é um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento do turismo na região. No ano passado, a 6ª edição do Festival Montanhas Verdes contou com mais de 200 participantes, que realizaram atividades dentro e fora da barragem.

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Esta foi a edição com o maior número de participantes, oferecendo atividades como stand up padle, caiaque, canoa polinésia, caminhadas e ciclismo. Em 2025, a edição do Festival Montanhas Verdes deve acontecer nos dias 29 e 30 de novembro.

Veja documentário sobre a cidade

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