Já estão em recuperação as irmãs gêmeas, de 19 anos, que se submeteram nesta semana a cirurgia de mudança de sexo, no Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Em um caso considerado raro na história da medicina, as duas que nasceram com o sexo biológico masculino realizaram a redesignação sexual no mesmo período.
Continua depois da publicidade
> Gêmeas fazem cirurgia de mudança de sexo em Blumenau
A cirurgia de ambas durou 4h40min, e foi comandada pelos médicos José Carlos Martins Junior e Cláudio Eduardo. Ambas começaram o tratamento hormonal com anticoncepcional por volta dos 15 anos e colocaram a prótese de silicone há dois meses. Embora tenham vivido o processo juntas, o médico Martins Júnior explica que não há nenhuma relação com componente genético ou hereditário.
— Não há nenhum estudo sério que comprove ou que possamos nos basear para que se faça esse tipo de relação — afirma.
> Cirurgia de reconstrução facial de modelo trans agredida no RJ foi realizada em Blumenau
Continua depois da publicidade
Como funciona a operação
A cirurgia de redesignação sexual é realizada em pacientes trans com disforia de gênero, onde o indivíduo sente um desconforto persistente com as marcas de gênero que remetam ao gênero atribuído ao nascer. Os médicos que realizaram os procedimentos nas irmãs, comandam em Blumenau a única clínica brasileira especializada em cirurgia trans e feminização facial.
— A disforia de gênero é um estresse, mal estar ou tristeza que a paciente sente ao entender que a maneira como ela se entende não é a maneira como ela se expressa fisicamente. É isso que faz com que elas busquem a cirurgia, muitas vezes, a qualquer preço, deixando de lado até a sua própria segurança e saúde. Quanto mais disfórica ela é, mais vulnerável ela fica a esse tipo de procedimento — alerta o médico José Carlos Martins Junior.
> Vizinho matou adolescente de 14 anos por estrangulamento na Serra de SC, diz promotoria
O especialista esclarece que alguns cuidados exigidos pela Conselho de Medicina, como o acompanhamento prévio, de no mínimo um ano, com dois profissionais, psicólogo e psiquiatra, é fundamental neste processo, para evitar inclusive o arrependimento.
Continua depois da publicidade
Após o procedimento cirúrgico, às gêmeas agora seguem internadas por sete dias, iniciando um processo de dilatação vaginal, que será necessário para o resto da vida, como explica o cirurgião.
— Para o resto da vida as pacientes terão que fazer dilatações simples que não comprometem sua vida ou a estigmatizam. Além disso, irão ter que fazer exame com endocrinologista porque os testículos são retirados e o especialista irá readequar o uso hormonal. Também precisam fazer acompanhamento ginecológico anualmente como qualquer outra mulher.
Leia também:
Veja o calendário de pagamentos do PIS/Pasep 2020-2021
Detran deve voltar a emitir documento físico do veículo, decide a Justiça
Concursos públicos em SC: veja vagas abertas em fevereiro, salários e como se inscrever
Jacarés “curtem” a Praia do Forte durante o Verão em Floripa