Os cancelamentos de reservas de pousadas e hotéis crescem em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, desde o acidente de balão que matou oito pessoas no último sábado (21). Estima-se que o setor hoteleiro já teve 50% das reservas canceladas nos últimos dias. A cidade é procurada justamente pelo turismo de aventura, como trilhas e voos de balão.

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O município conta atualmente com quase 90 pousadas e seis hotéis, totalizando mais de mil leitos, que recebem turistas de todo o país durante o ano, mas em especial no inverno, que é a alta temporada do local. Segundo Tiago Mellos, proprietário da pousada Vertente dos Canyons, a maioria dos cortes em hospedagens envolvem pacotes que incluem passeios turísticos.

— Hospedagens com voos de balão canceladas já são oito. Temos quatro chalés de luxo e a maioria das reservas envolvem voo de balão — afirma.

Conhecida como “Capadócia brasileira” por conta do balonismo, que iniciou em 2017, a pequena cidade de cerca de 8 mil habitantes é também a Capital dos Canyons, pelos enormes paredões presentes no município. O ecoturismo é o carro chefe do município. Diante disso, o setor hoteleiro se preparou para esse crescimento, porém, não estava acostumado com um momento de baixa como esse.

Tiago da Rosa Duarte, gerente da pousada Recanto dos Canyons, relata que só entre domingo (22) e segunda-feira (23), foram canceladas cinco hospedagens e outras atividades. Ele conta ainda que a empresa precisou realizar estornos financeiros. O local, que tem nove chalés, comportando aproximadamente 30 pessoas, está mais vazio do que o habitual.

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— O que se percebe também é a baixa procura. Levando em consideração que teremos um período de alta temporada de julho, período de férias, a procura diminui. Até a semana passada, a média era de 20 a 30 pessoas chamando por dia, fazendo orçamento. Já hoje [terça-feira (24)] eu recebi apenas dois contatos para orçamento. Todos os finais de semana a pousada estava lotada, já agora temos diversos lugares livres — explica.

Tiago ainda relembra que outro momento que apresentou um movimento parecido foi em 2024, durante o período de enchentes no Rio Grande do Sul. Para ele, ainda é cedo para levantar com exatidão os prejuízos econômicos.

— Estamos fazendo campanhas no sentido de que Praia Grande não é só balão. A essência da cidade e da região são os cânions. As pousadas seguem abertas, toda a rede gastronômica e as outras atividades estão acontecendo normalmente — completa Duarte.

Relembre o acidente

O acidente de balão registrado no último sábado (21) matou oito pessoas em Praia Grande, no Extremo Sul catarinense. Outros 13 tripulantes, incluindo o piloto, conseguiram escapar com vida.

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Essa foi a primeira ocorrência com mortes desde o início das atividades no município. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, por meio da delegacia de Santa Rosa do Sul, comandada pelo delegado Rafael Chiara.

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