A investigação sobre a morte do dentista Cezar Mauricio Ferreira, encontrado morto em uma cela de delegacia em São José, na Grande Florianópolis, foi concluída nesta quarta-feira (13). O inquérito diz que não houve conduta criminosa, seja por ação, omissão ou negligência por parte dos policiais envolvidos no caso. O homem, de 60 anos, havia sido preso por suspeita de embriaguez ao volante, mas morreu durante a madrugada do dia 19 de julho por uma arritmia cardíaca.
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A Polícia Civil informou que a investigação reconstruiu os fatos “de maneira imparcial e transparente” e que, para isso, “todas as pessoas envolvidas foram ouvidas e foi garantido ao procurador da família acesso irrestrito aos autos”.
Dessa forma, a Polícia Civil informou que a conclusão do inquérito foi embasada em depoimentos, documentos “e, principalmente, em laudos periciais técnicos” e não encontrou evidências de que os policiais envolvidos na prisão e no atendimento de Cezar tiveram conduta criminosa, negligência ou irregularidade administrativa.
Por isso, o delegado do caso, Akira Sato, não indiciará nenhum agente policial pelo caso.
A defesa da família de Cezar informou que deve se manifestar em breve sobre a conclusão do inquérito. Procurada, a Polícia Militar disse que não irá se manifestar “em razão de ainda estar com o inquérito policial militar em andamento”.
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Relembre o caso
Cezar foi encontrado sem vida em uma cela da Central de Plantão Policial de São José, na Grande Florianópolis, no dia 19 de julho, após ser preso pela Polícia Militar por suposta embriaguez ao volante, no dia 18 de julho.
A família questiona o atendimento da Polícia Militar e da Polícia Civil. O laudo elaborado pela Polícia Científica confirmou que a causa da morte foi cardiopatia hipertrófica. Além disso, exames toxicológicos revelaram que não havia presença de álcool no organismo da vítima.
No fim de julho, a 12ª Promotoria de Justiça de São José solicitou investigações complementares à Polícia Civil.
De acordo com o inquérito, elaborado pelo delegado Akira Sato, não houve negligência e omissão por parte das autoridades no caso do dentista. O resultado tem como base um laudo complementar solicitado pela Policia Civil que apontou que os medicamentos encontrados no organismo de Cezar poderiam causar sintomas de sonolência e confusão mental moderada. Foram encontrados analgésicos, antibióticos, relaxantes musculares e medicamentos para tratar diabetes, depressão e a própria condição cardíaca.
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— Então por essas razões é que não há como falar em prática de crime omissivo, na forma dolosa ou eventual, ou na sua forma comissiva, e também na sua forma culposa — pontuou o delegado já na última semana.
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