O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (29), que o Brasil segue aberto para negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas comerciais impostas aos produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump. Na quinta-feira (28), Lula autorizou que o Itamaraty acione a Câmara de Comércio Exterior (Camex) para a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica. As informações são da CNN.
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Segundo Lula, em entrevista à rádio Itatiaia, o Brasil está aberto a negociações com os EUA, mas que o país “não precisa ficar de cabeça baixa”
— Se o leite caiu, vou procurar outra vaca para tirar mais leite. Eu vou procurar outro país para negociar — afirmou.
Apesar de dizer que está aberto a negociações, Lula disse que a iniciativa de contato com os EUA não partirá dele e que Trump precisa dar sinal de vontade de negociação para que eles consigam conversar.
— As pessoas falam que é para ligar para o Trump. Ora, se o secretário de Tesouro não falou com o Haddad, se o Alckmin não conseguiu falar com o cidadão do comércio, porque a pessoas acham que um telefonema para o Trump vai resolver? — apontou o presidente do Brasil.
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Um possível encontro entre os líderes dos países em setembro dependerá de Trump, conforme afirmou Lula. A reunião se torna possível porque o presidente do Brasil vai para os Estados Unidos no próximo mês, rumo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Lei da Reciprocidade
A Lei da Reciprocidade foi sancionada em abril e permite ao Brasil responder a medidas unilaterais de outros países que tenham impacto na competitividade internacional. A legislação autoriza o Poder Executivo “a adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país”.
Ações como imposição de tarifas sobre importações, suspensão de concessões comerciais e investimentos, e restrições relacionadas a propriedade intelectual estão entre as possibilidades. O texto prevê que as contramedidas sejam proporcionais ao impactado causado pelas ações unilaterais
Ainda, o Brasil também iniciou consultas na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço e contratou um escritório de advocacia nos EUA para defender o país.
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