Aproximadamente 44,67 metros cúbicos de madeira nativa, apreendidos pela Polícia Militar Ambiental no interior de Vargem, serão transformados em moradias de emergência para famílias em situação de vulnerabilidade em Lages, na Serra catarinense

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O material, composto por tábuas e caibros de araucária (Araucaria angustifolia), foi doado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) à Prefeitura. Segundo a administração municipal, 70% da madeira será utilizada na fabricação das tesouras dos telhados e nas divisórias internas das residências. 

De acordo com o executivo da Coordenação Habitacional e Regularização Fundiária, Thiago Bettú, a quantidade recebida é suficiente para complementar a construção de oito a dez unidades habitacionais. 

“Essa doação não só reduz significativamente os custos da administração, como também permite que a madeira apreendida, antes sem destino, seja transformada em moradias para famílias em extrema necessidade. É uma iniciativa que une responsabilidade ambiental com impacto social direto e efetivo”, reitera Bettú.

A prefeita Carmen Zanotto destacou que a ação, solicitada formalmente por ela ao IMA, também tem como objetivo combater o desmatamento ilegal. “Essa ação se faz necessária para conter o desmatamento e a exploração ilegal de madeira, que é um problema sério em todo o Brasil, e destinar o material apreendido a quem mais precisa”.

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Com a doação, a economia estimada para os cofres públicos é de R$ 70 mil, segundo o que informou a prefeitura. Ainda há possibilidade de receber até 150 metros cúbicos de madeira apreendida até o fim do ano, o que poderia gerar mais de R$ 150 mil em economia.

Espécie ameaçada de extinção

Símbolo da Serra Catarinense e presente na cultura local, a araucária está ameaçada de extinção. Ela é uma árvore que foi intensamente explorada por apresentar alto valor econômico. Santa Catarina ainda apresenta muitos casos de corte ilegal da árvore nativa, inclusive em locais de proteção permanente.

A espécie, que já cobriu grandes extensões da Mata Atlântica no Sul do Brasil, hoje ocupa menos de 3% de sua área original.

O corte ilegal da espécie é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, com multas e pena de um a três anos de prisão. Denúncias podem ser feitas à Polícia Ambiental, pelo telefone 190, ao Ministério Público ou no site do IMA.

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