A Venezuela iniciou nesta quarta-feira (12) uma série de exercícios militares por ar, terra e mar. A movimentação ocorre em meio à escalada de tensões entre o governo de Nicolás Maduro e a administração de Donald Trump, que enviou um grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford à região do Caribe, sob a justificativa de combater o narcotráfico. As informações são do g1.

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Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, ordenou na terça-feira (11) “alerta máximo” e determinou o “preparo total” da população e das Forças Armadas para uma eventual “luta armada” em defesa da soberania nacional.

— Se nós, como república, como povo, tivermos de recorrer à luta armada para defender este sagrado patrimônio dos libertadores, devemos estar prontos para vencer, para triunfar pelo caminho do patriotismo e da coragem. E eu digo, junto com todo o país: paz, paz, paz, queremos paz, teremos paz. Frente à pressão máxima, preparo máximo — afirmou Maduro em discurso no Parlamento na terça.

— Desde este momento, todos os comandos de defesa integral que reúnem todas as instituições públicas do Estado venezuelano, a instituição militar e todo o poder popular devem ser ativados ao amanhecer de hoje. Os comandos de defesa integral devem ser constituídos, estruturados e colocados a funcionar e estarem em condição de preparação — completou o venezuelano.

Na terça-feira (11), o presidente sancionou a Lei do Comando para a Defesa da Nação, que cria os chamados Comandos Integrados de Defesa — nova estrutura que reúne instituições civis e militares em três níveis de governo: nacional, estadual e municipal.

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A medida centraliza o controle das ações militares e civis nas mãos do Executivo. Os comandos, subordinados ao Comando Operacional Estratégico das Forças Armadas (Ceofanb) serão responsáveis por coordenar planos de defesa, garantir a continuidade de serviços públicos e coletar informações estratégicas sobre possíveis ameaças.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que o país enfrenta uma “ameaça imperialista” e classificou a presença norte-americana no Caribe como “um ato de intimidação”. Ele confirmou a mobilização do chamado Plano Independência 200, que envolve tropas da Milícia Bolivariana e das Forças Armadas em todo o território nacional.

O grupo de ataque liderado pelo USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, inclui ainda três destróieres — USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill — e cerca de 6.500 militares. Segundo o governo dos Estados Unidos, a missão tem como objetivo combater organizações criminosas transnacionais e o narcoterrorismo.

Desde o início das tensões, a Venezuela tem treinado civis e reorganizado seu arsenal em preparação para uma possível invasão. Segundo fontes citadas pela agência Reuters, o governo planeja adotar táticas de guerrilha em caso de conflito terrestre.

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Tensões entre EUA e Venezuela

A escalada ocorre em um contexto de crescente presença militar dos EUA na região. O maior e mais letal porta-aviões do mundo, batizado de USS Gerald R. Ford, chegou à América Latina na terça-feira (11) para uma operação ordenada pelo presidente americano, Donald Trump, no Caribe. A justificativa para o uso do armamento é o combate ao narcotráfico. Agora, sua posição exata no mar é um mistério, já que seu transponder foi desligado, ação comum em uma operação militar.

Segundo a nota da Marinha, a chegada do grupo de ataque foi uma ordem do Secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, como apoio à “diretiva do Presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da Pátria”.

Três destróieres também estão incluídos no grupo de ataque, sendo eles o USS Mahan, o USS Bainbridge e o USS Winston Churchill.

Capacidade para 90 caças e helicópteros

O porta-aviões tem capacidade para abrigar até 90 caças e helicópteros, com uma pista para pousos e decolagens. Para fins de comparação, a pista tem área três vezes maior que a do gramado do Maracanã.

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O USS Gerald R. Ford foi batizado em homenagem ao ex-presidente americano Gerald Ford, que governou os EUA entre 1974 e 1977. Atualmente, o porta-aviões é considerado o principal ativo da Marinha dos Estados Unidos.

Bombardeios no Caribe

Diversos bombardeios no mar do Caribe com autoria declarada dos Estados Unidos já foram registrados no mar do Caribe e no Oceano Pacífico próximo à América do Sul. Nestes locais, já estão presentes navios de guerra, jatos de combate, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros.

Isso acontece desde que Trump classificou cartéis de drogas sul-americanos como organizações terroristas, principalmente em relação à Venezuela. A partir disso, operações militares estão sendo feitas para frear o fluxo de drogas que entram nos Estados Unidos.