Duas das Mães de Blumenau, o movimento de mulheres que tenta retomar a guarda dos filhos encaminhados pelo Judiciário para adoção, chegaram a Brasília nesta quinta-feira (11) para vigílias diárias em frente à sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramitam os casos de ambas.

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Antônia Maria de Sousa, de 36 anos, e Rubia Plotz, de 31, tiveram decisões desfavoráveis pela Justiça em Santa Catarina em duas instâncias e agora tentam a revisão dos processos pelo STJ, por entenderem que eles repetem falhas que ocasionaram na perda delas da guarda dos filhos.

A dupla pretende protestar em frente à Corte até o sábado (13), véspera do Dia das Mães, na tentativa de serem ouvidas. Há expectativa também de se encontrarem com parlamentares eleitos por Santa Catarina, depois de quase dois dias de viagem de ônibus até a capital federal.

A primeira delas, Antônia, teve a história narrada pela reportagem especial Separadas, as mães de Blumenau e tenta retomar a guarda das duas filhas, de nove e dois anos idade.

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Já Rubia tenta recuperar a guarda do filho, de quem está separada desde 2022, após as autoridades terem entendido que o menino havia sido vítima de um suposto abuso sexual. A mãe contesta isso, no entanto, dizendo que não há provas de violação alguma contra a criança.

A denúncia do suposto abuso teria partido, segundo Rubia, de um atendimento médico emergencial pelo qual o garoto passou em 2021, à época com seis anos, após ter sido atropelado quando brincava na rua de casa. A partir dali, a investigação teria se seguido com falhas, sem que suspeito algum tenha sido indiciado pelo suposto crime, mas culminando, ainda assim, na perda da guarda pela mãe.

Ela diz que os pais, com quem passou a morar desde que se separou do ex-marido, também tentaram a guarda da criança, mas não tiveram o pedido acolhido pela Justiça.

Antônia e Rúbia foram recebidas em Brasília por Yurelys Karina Sam Marquez, venezuelana também integrante do movimento Mães de Blumenau, que já conseguiu retomar a guarda dos filhos.

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Relembre o caso

O movimento Mães de Blumenau é formado por 11 mulheres. Em julho do ano passado, elas se conheceram na saída do Fórum após um mutirão de audiências sobre casos de destituição do poder familiar e perceberam semelhanças nas sentenças. Após isso, fizeram uma vigília no local para chamar atenção ao que, segundo elas, são falhas nos processos.

De lá para cá, quatro dessas mulheres conseguiram reverter a decisão da Vara da Infância e Juventude de Blumenau. Confira abaixo as histórias que tiveram decisão alterada e filhos voltaram para casa:

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