Era por volta das 18h desta segunda-feira (30) quando Fernando Barros voltou a entrar em casa, em Itajaí. Por um momento, a família teve medo que o menino, agora com nove anos, nunca mais retornasse. Ele teve 70% do corpo queimado quando um fio da rede elétrica se rompeu no meio da rua e o atingiu.
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De lá para cá, passaram-se 114 dias de internação, marcados por várias cirurgias e muita fé. Francielli Aparecida de Barros, técnica de enfermagem e tia do garoto, conta que um dos primeiros pedidos ao chegar em casa foi por bolo de cenoura e pudim. Tudo prontamente atendido pela madrinha.
— Foram muitos dias de angústia em um quarto que ele só saía para ir ao centro cirúrgico. O coração se enche de gratidão pela vida dele — desabafa.
A tia conta que Fernando passou por mais de 20 cirurgias. A última foi o enxerto do crânio. A partir de agora, as consultas serão mensais, vai precisar fazer fisioterapia e terá de ter muito cuidado com a pele, com hidratação constante. O sol, por exemplo, precisa ser evitado por segurança.
Quando a equipe médica entender adequado, ele ainda vai precisar reconstruir uma das orelhas.
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O acidente que quase tirou a vida de Fernando aconteceu na tarde do sábado de 15 de março. O garoto estava na calçada, na frente de casa. Pessoas soltavam pipa na região e uma das linhas, supostamente com cerol, rompeu o cabo da rede de energia da Celesc. O fio atingiu o menino.
O pai e a mãe acabaram eletrocutados também ao salvar o filho. Hoje, o casal está bem.
Fernando recebeu os primeiros socorros no Centro Integrado de Saúde de Itajaí e, depois, foi transferido para o Hospital Pequeno Anjo, na mesma cidade. Mais tarde, acabou sendo levado para o Hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis, especializado em queimados.
Lá dentro da unidade, o menino comemorou a idade nova. O dia foi marcado por uma visita especial do YouTuber Luan Clash War. Nos últimos dias de internação, recebeu ainda mais carinho da equipe do hospital que o acompanhou pelos quase quatro meses.
— Ele tinha previsão de alta para a outra semana, mas os médicos resolveram adiantar. Ontem, ele chegou em casa e foi muito emocionante, porque saiu quase sem vida daqui. Esse retorno é gratificante para nós familiares que fomos movidos pela fé — diz Francielli.
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A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar se o fio que provocou o acidente foi mesmo cortado por uma pipa com cerol. Em caso positivo, as autoridades também querem saber quem estava empinando-a, uma vez que o uso do produto é proibido.
Até essa terça-feira (1º) o inquérito ainda não havia sido concluído. A Polícia Civil informou que aguardava um laudo da Polícia Científica para continuar os trabalhos.