A retomada do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe ocorreu com o início da leitura do voto do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal contra o ex-presidente e outros sete réus.

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O ministro ainda não confirmou qual será seu voto, mas iniciou uma cronologia dos fatos listados na denúncia, como as lives com falas para desacreditar as urnas eletrônicas, os discursos com ataques a autoridades em atos como o feriado de 7 de Setembro de 2021 e as reuniões com ministros e embaixadores, em julho de 2022, meses antes da eleição presidencial.

Moraes afirmou que o julgamento busca apontar se o núcleo investigado participou dos atos golpistas, porque, segundo ele, não haveria dúvida de que a tentativa ocorreu.

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— Não há nenhuma dúvida de que houve tentativa de golpe. O que aqui se analisa, como nos demais núcleos que serão julgados, é a autoria das ações penais imputadas — afirmou.

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Moraes também criticou o fato de o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), manter uma caderneta com anotações de planejamento de desacreditar a Justiça Eleitoral.

— Não é razoável um general do Exército, quatro estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações golpistas. Uma agenda preparando a execução de atos para deslegitimar as eleições, o Poder Judiciário e para se perpetuar no poder. Não consigo entender como alguém pode achar normal, em pleno século 21, uma agenda golpista — afirmou.

Ao ler anotações do ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, questionando urnas eletrônicas para o ex-presidente Jair BOlsonaro, Moraes comparou a mensagem com o crime organizado.

— Isso não é uma mensagem de um delinquente do PCC para outro, é uma mensagem do diretor da Abin para o então presidente da República.

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Ramagem alegou que os arquivos com ataques às urnas apreendidas pela investigação seriam apenas anotações pessoais.

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