Além do mau cheiro sentido há aproximadamente uma semana na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, centenas de peixes, crustáceos e moluscos também apareceram mortos na região entre a última terça-feira (23) e esta quinta (25). A situação preocupou moradores e impossibilitou a pesca, o banho e o próprio turismo no local.

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Pescador e morador da Costa da Lagoa, Diogo Laureano conta que a coloração da água mudou há cerca de 15 dias. Desde então, 180 pescadores e suas famílias, além de 14 restaurantes da região, tiveram suas rendas comprometidas pela suposta poluição.

– Todo mundo depende da Lagoa. Tudo gira em torno da Lagoa: restaurantes, barcos, pesca. Inviabiliza tudo – reclama.

Intrigados com a situação nunca vista antes, pescadores gravaram uma série de vídeos em diferentes pontos da Lagoa e horários. As imagens mostram centenas de peixes mortos às margens da água, na região norte da Lagoa. As gravações também flagram os animais marinhos se debatendo, enquanto tentam sobreviver (assista logo abaixo).

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– Já não se enxergava nada para pescar, o cheiro de esgoto é muito forte e esses peixes mortos agora. Ninguém (dos pescadores) tem coragem nem de pôr a rede na água – enfatiza Laureano.

No mesmo dia em que as espécies marinhas começaram a aparecer mortas, os moradores enviaram denúncias à Polícia Militar Ambiental (PMA), que foi até a região acompanhada dos demais órgãos responsáveis pela fiscalização, entre eles, Instituto do Meio Ambiente (IMA) e Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). Um funcionário da Casan também acompanhou a fiscalização.

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Antes mesmo do resultado dos exames, a Floram e o Ima emitiram comunicado onde recomendam que “seja evitado o contato com água – banho e atividades de lazer – bem como o consumo dos pescados na área delimitada: do norte da Ponta das Almas (a oeste) e do final da Rua dos Coroas (veja abaixo) e demais áreas onde for observada a presença de animais mortos até que as condições tenham se normalizado”. 

O que dizem os órgãos de fiscalização

A Polícia Ambiental informou à reportagem do Hora de SC que realiza o monitoramento da área, enquanto aguarda os resultados das análises feitas na Lagoa pelos órgãos responsáveis.

Também procurado, o Instituto do Meio Ambiente disse, através de nota, que investiga as causas e a dimensão do impacto do problema constatada no norte da Lagoa da Conceição, na Praia do Saquinho e no entorno do Parque Estadual do Rio Vermelho.

Segundo o IMA, vistorias aquáticas, aéreas e coletas laboratoriais de água e efluentes onde houve a incidência de organismos mortos foram realizadas de terça a quinta-feira para que se possa “chegar a conclusão do que causou o acidente ambiental, identificar as causas e os responsáveis e cessar o problema”.

Já a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), responsável pela lagoa de efluentes que rompeu e inundou ruas e casas próximo a Avenida das Rendeiras há exato um mês, respondeu que “não tem ligação com a mortandade e que técnicos têm vistoriado diariamente a região desde que vídeos começaram a surgir em grupos de WhatsApp”.

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Disse ainda, por meio de nota, que “verificou as plenas condições das redes, do emissário terrestre e da Estação de Tratamento da Barra da Lagoa”, que chegou a gerar desconfiança dos moradores, como possível responsável pelo ocorrido.

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