
Luto
Marco Aurélio Gamborgi foi responsável por mais de 10 mil cirurgias em crianças com fissuras labiopalatais
A morte do cirurgião plástico Marco Aurélio Gamborgi causou tristeza em pacientes, familiares e funcionários do Centrinho Prefeito Luiz Gomes, de Joinville, onde o médico realizou parte das cerca de 10 mil cirurgias em fissuras labiopalatais durante a carreira. Ele tinha 57 anos e morreu na última sexta-feira (4), em decorrência de complicações da Covid-19.
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Muitas pessoas fizeram homenagens ao profissional nas redes sociais e também recordaram os bons momentos compartilhados ao lado do médico. A bancária Vanessa Corrêa da Silva, 39 anos, conheceu o cirurgião há cerca de oito anos, quando realizou a primeira cirurgia no filho Vinícius, no Centrinho de Joinville.
– A cirurgia dele era uma perfeição, quase um milagre. Meu filho tem uma vida normal, perfeita, sem nenhuma sequela na fala e isso tudo devemos à técnica perfeita do doutor Marco Aurélio e da equipe – conta.
Além da técnica, Vanessa também aponta que o médico era extremamente humano e sabia que transformava a vida de crianças e suas famílias por meio das cirurgias. A bancária também tem um projeto pela causa labiopalatina e diz que Gamborgi sempre foi um parceiro nessa luta.
– Ele sempre foi uma pessoa muito iluminada, um verdadeiro anjo. É uma perda irreparável e o mundo da fissura perde muito com a ausência dele. Por outro lado, fica todo um legado e amor à causa – ressalta.
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O médico era muito reconhecido pelos familiares dos pacientes e colegas de trabalho pela junção entre a competência técnica e o amor pela profissão. O médico otorrinolaringologista Eduardo Augusto Paulo trabalhou com o cirurgião plástico durante 15 anos no Centrinho Luiz Gomes e foi testemunha da excelência do profissional.
– Ele era um cara excelente na parte técnica, mas principalmente no cuidado humano. Era o médico que comprava a briga do paciente e sempre buscava garantir o melhor atendimento e resultado – descreve.
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Os profissionais do Centrinho Prefeito Luiz Gomes vão homenagear o cirurgião plástico nesta quinta-feira (10). A ação ainda está sendo organizada pela coordenação e respeitará as medidas de segurança por causa do coronavírus. A ideia surgiu porque grande parte dos servidores não conseguiu se despedir do colega. Também há uma iniciativa para nomear uma ala médica da unidade em homenagem a Marco Aurélio Gamborgi.
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O médico começou a atuar no Centrinho em 2005, após ser convidado pela então coordenadora da unidade, que foi buscá-lo no Paraná devido à boa reputação do profissional na área da cirurgia labiopalatal. Atualmente, ele se deslocava até Joinville quinzenalmente para realizar as consultas ambulatoriais e as cirurgias.
– Ele dizia que amava vir para cá e a esposa nos contava que o Centrinho era a menina dos olhos dele. Tivemos sorte de conviver com um anjo e sempre falamos o quanto era especial e o admirávamos – conta Luiza Gama, coordenadora do Centrinho.
Segundo ela, a morte de Marco Aurélio foi sentida por toda a equipe, que ainda está desolada com a perda. Todos esperavam encontrá-lo no início de novembro, quando tinha data marcada para realizar atendimentos no Centrinho. No entanto, ele foi diagnosticado com Covid-19 e não viajou para a cidade. Em seguida, foi internado e não saiu mais do hospital.
– Ele era único e vamos sentir uma falta absurda para o resto da vida. Foi nosso anjo aqui na Terra, um batalhador pela continuidade do nosso serviço e espero que continue nos guiando onde estiver – finalizou a coordenadora.
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