Ao anunciar as novas restrições para conter o coronavírus em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés da Silva declarou, em reunião virtual com o secretário de Estado de Saúde, André Motta Ribeiro, que não houve omissão por parte do governo catarinense em relação ao controle da pandemia.

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Segundo Moisés, o governo estadual estava monitorando as ações regionalizadas de combate ao coronavírus, para “observar como se comportava cada região”, depois de apresentar o mapa de risco que teria transferido aos municípios a responsabilidade para criar medidas de controle a doença.

– Não há omissão nenhuma de nossa parte. O governo precisa intervir pontualmente, chamar alguns prefeitos de algumas regiões para conversarmos, pra que a gente possa ter ações regionalizadas que surtam efeitos. Não podemos ter ações que não nos tragam achatamento da curva em regiões que temos tencionado o sistema de saúde – disse.

Na mesma reunião, o governador catarinense esclareceu os motivos de parar, por 14 dias, as atividades esportivas organizadas pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) ou pela iniciativa privada, que tinham sido liberadas recentemente:

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– É importante salientar que temos equipes com, pelo menos, metade dos jogadores positivados pra covid-19. É praticamente impossível manter uma atividade com distanciamento numa partida de futeboal, que não haja o contato entre os jogadores. 

As novas restrições não foram recebidas com surpresa, já que muitas atividades anunciadas já estavam restritas na maior parte do Estado, e sofreram críticas pela brandura, no momento em que o Estado vive uma escalada de mortes semanal. 

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Gestão compartilhada

Carlos Moisés também chamou os prefeitos para que compartilhem a responsabilidade, como tinham pressionado para que assim fosse, tanto das restrições, quanto de ampliação dos leitos de UTI nos hospitais geridos pelos municípios, a fim de reverter o quadro grave de lotação que tem se apresentado nas últimas semanas. Nesta segunda-feira, a taxa de ocupação total chegou a 71,7%, a mais alta desde o início da pandemia.

– Os municípios têm que, em seus hospitais próprios, também fazer as entregas que o governo (estadual) tem orientado a fazer. Naqueles hospitais geridos por organizações sociais em que há a participação do município e do Estado, em que é possível a ampliação de leitos, os municípios devem acatar a orientação do governo de Santa Catarina e da Secretaria de Saúde para a ampliação de leitos de UTI – orientou. 

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Já o secretário de Estado de Saúde, André Motta Ribeiro, voltou a salientar sobre a importância da conscientização dos catarinenses em relação aos novos hábitos:

– Essa discussão de gestão é fundamental também a participação da sociedade. Houve um certo relaxamento, as pessoas perderam um pouco a percepção de gravidade do problema. Quando a gente fala de período de 14 dias, a gente espera que as pessoas entendam o recado e voltem a ter regramentos de etiquetas respiratórias, de distanciamento social. Não é só decisão de governador, do prefeito, do secretário. A gente precisa, de fato, da participação da população catarinense.

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