A medicina acaba de dar um passo importante na luta contra o diabetes com o reconhecimento oficial de uma nova categoria da doença: o diabetes tipo 5.

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Anunciado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) durante o Congresso Mundial de Diabetes realizado em Bangkok, na Tailândia, esse novo tipo representa um avanço na compreensão de formas menos conhecidas da condição, que afetam populações específicas e até então eram pouco estudadas ou diagnosticadas.

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Diferente dos tipos 1 e 2, amplamente conhecidos, o diabetes tipo 5 está associado à desnutrição e afeta principalmente adolescentes e jovens adultos magros, sobretudo em países de baixa e média renda.

A decisão de classificá-lo como um tipo independente se baseia em novas evidências científicas que revelam mecanismos distintos para a doença, exigindo, assim, abordagens de tratamento específicas.

O que é o diabetes tipo 5?

O diabetes tipo 5, antes chamado de “diabetes relacionado à desnutrição”, é uma forma rara e grave da doença que compromete a produção de insulina em indivíduos desnutridos.

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Ele é mais frequente entre jovens adultos e adolescentes magros, principalmente em países em desenvolvimento, onde a pobreza e a insegurança alimentar são prevalentes.

Ao contrário do diabetes tipo 1, que tem origem autoimune, ou do tipo 2, geralmente ligado ao excesso de peso e ao sedentarismo, o tipo 5 surge em contextos de carência nutricional severa, o que dificulta sua identificação e tratamento.

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Reconhecimento oficial pela Federação Internacional de Diabetes

Em janeiro de 2025, especialistas apresentaram à IDF e à Associação Americana de Diabetes um conjunto robusto de evidências científicas que sustentam a necessidade de uma nova classificação. A partir disso, a IDF anunciou a inclusão oficial do tipo 5 como uma categoria distinta de diabetes.

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O presidente da IDF, Peter Schwarz, afirmou que um grupo de trabalho internacional será responsável por elaborar diretrizes clínicas específicas para o diagnóstico e tratamento da nova categoria nos próximos dois anos.

Quem está em risco?

Os principais afetados pelo diabetes tipo 5 são pessoas jovens, com baixo índice de massa corporal (IMC) e que vivem em situação de pobreza extrema, especialmente na África Subsaariana, Sudeste Asiático e partes da América Latina. Essas populações, historicamente negligenciadas em estudos globais sobre diabetes, agora passam a ter maior visibilidade.

Segundo a professora Meredith Hawkins, co-presidente do grupo de trabalho e diretora do Instituto Global de Diabetes da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos EUA, há milhões de casos não diagnosticados no mundo. Muitos acabam confundidos com diabetes tipo 1 ou 2, o que compromete a eficácia do tratamento.

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Próximos passos no combate à doença

Com o reconhecimento oficial, o próximo passo é desenvolver protocolos de diagnóstico e terapias adaptadas à realidade das populações afetadas. A criação de diretrizes específicas para o diabetes tipo 5 deverá contribuir para a redução da mortalidade e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Além disso, a IDF pretende ampliar a conscientização sobre essa forma da doença entre profissionais de saúde e formuladores de políticas públicas, promovendo um atendimento mais equitativo e eficaz em todo o mundo.

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