Metade dos universitários brasileiros apresenta sinais de depressão, e um fator em comum pode estar ligado aos hábitos diários. É o que aponta uma pesquisa feita com mais de 6 mil calouros de 12 universidades do país, capitaneada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As informações são do g1 SC.
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O estudo revela que comportamentos relacionados à alimentação, ao sono e à prática de exercícios físicos influenciam diretamente a saúde mental dos jovens. A pesquisa faz parte do projeto global Unilife-M, que acompanha estudantes de 60 instituições em 20 países.
O que diz a pesquisa
No Brasil, participaram 6.371 universitários, com idades entre 16 e 35 anos, que responderam a questionários sobre estilo de vida e sintomas psiquiátricos. Os dados coletados apontam que 54,4% dos estudantes apresentaram sintomas de depressão. Entre os que mantêm hábitos menos saudáveis, o risco é três vezes maior.
Na pesquisa, foram identificados três perfis: 44% com perfil de risco, 42,3% com estilo de vida positivo e 13,7% com hábitos mistos. Os fatores analisados para a formulação desses dados estão relacionados a alimentação, atividade física, qualidade do sono, uso de substâncias, gerenciamento do estresse, apoio social e comportamento sedentário.
Além disso, os estudantes responderam sobre sintomas como depressão, ansiedade, mania, distúrbios do sono, TOC, falta de atenção, hiperatividade e risco de suicídio.
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— O estudante que dorme mal, alimenta-se de forma inadequada e não se exercita tem mais chances de desenvolver sintomas de ansiedade e depressão — explica o professor Thiago Matias, coordenador do Grupo de Pesquisa em Motivação e Movimento Humano (Motus), da UFSC.
A iniciativa da pesquisa partiu do professor Felipe Barreto Schuch, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O estudo é longitudinal: os alunos responderão aos mesmos questionários ao longo dos anos de graduação, permitindo acompanhar a evolução da saúde mental.
— Esse cenário epidemiológico pode assustar. Os alunos já chegam à universidade com sintomas, e a instituição precisa entender essa realidade para oferecer ajuda — reforça Matias.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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