As negociações para um encontro entre Lula (PT) e Donald Trump avançam sem definição de data, local ou formato. Enquanto o governo brasileiro busca construir a agenda, Lula pretende aproveitar a oportunidade para esclarecer ao presidente dos Estados Unidos que a tentativa de golpe no Brasil foi mais ampla do que a invasão de 8 de janeiro de 2023, de acordo com informações do colunista Valdo Cruz, do g1.
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Segundo informações de interlocutores no Planalto ao jornalista, Lula avalia que Trump foi mal informado sobre os fatos, semelhante ao episódio de 6 de janeiro de 2021 em Washington, quando manifestantes invadiram o Capitólio. O presidente brasileiro quer mostrar que, além da invasão das sedes dos Três Poderes, houve reuniões no Palácio da Alvorada para discutir a intervenção na Justiça Eleitoral e até planos de assassinato contra ele próprio, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
O Planalto, porém, não pretende vincular a conversa ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal, que Lula considera um assunto de outro poder. O foco seria desfazer impressões equivocadas junto ao republicano.
Apesar da intenção política, a pauta econômica deve ocupar espaço central. Em vigor há quase dois meses, o tarifaço de 50% sobre a entrada de produtos brasileiros nos EUA preocupa o governo.
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Alckmin diz que não há data definida
Alckmin, que tem participado das negociações, afirmou nesta segunda-feira (29) que ainda não há definição sobre a conversa entre os presidentes, mas disse estar otimista quanto à revisão da medida.
— Não tem ainda informação sobre a data e o tipo do encontro, mas entendo que ele é um passo importante para a gente poder avançar — disse Alckmin à rádio CBN.
Auxiliares de Lula entendem que seria mais prático e prudente um primeiro contato por telefone ou vídeo e, em um segundo momento uma reunião presencial. Planalto e Itamaraty trabalham com diferentes possibilidades para a conversa. No caso de encontro presencial, estão entre as opções reunião na Casa Branca ou na residência de Trump em Mar-a-Lago.
Outra alternativa seria uma conversa em um terceiro país, aproveitando viagens dos dois presidentes. Em outubro, Lula tem viagens previstas para Itália, Indonésia e Malásia. No final do mês, há possibilidade de Trump ir à Malásia para cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), evento que terá a participação de Lula.
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