O ex-delegado-geral, Ruy Ferraz Fontes, estava na mira de uma facção criminosa de São Paulo revela o “relatório secreto”, produzido por criminos, no qual o Fantástico teve acesso. Ruy foi executado a tiros na última segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista.
Continua depois da publicidade
Segundo o relatório chamado de “Bate Bola”, produzido pelos criminosos em 2024, havia planos de atentados contra autoridades, em ordens que saíram de dentro dos presídios. A polícia ainda tenta descobrir qual o motivo do assassinato do ex-delegado.
O Ministério Público encontrou informações do relatório no celular de um dos crimonsos que intregrava a facção criminosa ainda em 2024. Em um dos itens do documento, havia um plano para sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça. Os envolvidos pelo caso foram presos.
Já o item 16 do “relatório secreto” falava sobre perseguição a Ruy Fontes. Em 2024, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya afirmou que o ex-delegado era ameaçado de morte. Ruy afirmou que já sabia.
— O que eu quero deixar bem claro que não saíram bilhetes ou cartas da Penitenciária Federal. O que saíram de lá foram ordens verbais codificadas através de advogados, através de familiares, não só de presos da cúpula, mas de outros presos que conviviam com a cúpula na mesma unidade prisional —afirma o promotor de Justiça, Lincoln Gakiya.
Continua depois da publicidade
Em entrevista a um podcast do jornal O Globo em parceria com a rádio CBN, Ruy também demonstrou preocupação sobre as ameças de morte.
— Eu vivo sozinho aqui na Praia Grande, que é o meio deles. Se eu fosse um policial da ativa, teria estrutura para me proteger. Hoje, não tenho nenhuma — declarou.
Segundo o governo de São Paulo, Ruy não chegou a pedir proteção. A legislação atual não prevê escolta para policiais aposentados. Ele também não usava carro blindado no momento do crime.
— A gente não descarta as possibilidades. Se a execução foi motivada pelo combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta de uma atuação como secretário municipal em Praia Grande. Mas que há participação do crime organizado para nós não restam dúvidas — afirmou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
Continua depois da publicidade
Veja fotos do ex-delegado assassinado
Relembre o caso
O assassinato ocorreu na segunda-feira (15), por volta das 18h. Fontes foi perseguido pelos atiradores pelas ruas de Praia Grande quando colidiu contra um ônibus. Após o acidente, homens armados desceram do carro e alvejaram o veículo em que estava o ex-delegado.
VÍDEO: Câmera de segurança registra momento exato em que ex-delegado-geral de SP é morto
Informações do MPSP indicam que o assassinato pode ter relação com a atuação de Fontes como delegado-geral de São Paulo, cargo que ele exerceu entre 2019 e 2022. Na época, Fontes lutou contra facções criminosas e foi jurado de morte, segundo o MPSP, após lideranças da facção deixarem o sistema prisional estadual e serem transferidas para o sistema prisional federal.
No total, seis pessoas foram presas até o momento por suspeita de envolvimento no caso.
Leia mais
Polícia Civil pede prisão de sexto envolvido na execução de ex-delegado-geral de SP
Suspeita que tinha fotos no celular de fuzil usado para matar ex-delegado é presa em São Paulo




