A oposição desocupou o plenário do Senado nesta quinta-feira (7) para que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), abrisse a sessão do dia. Os parlamentares ocupavam o local desde terça-feira (5), em protesto pela prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).

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O plenário foi liberado após reuniões entre senadores do grupo e um encontro com Alcolumbre, ocorrido na noite de quarta-feira (6). O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a decisão é um “gesto” para o “restabelecimento da normalidade”.

— Estamos nesse momento nos retirando da mesa. Estamos desobstruindo e esperamos que a partir de agora possamos discutirmos e trabalharmos as pautas que interessam a todos independente da posição ideológica — afirmou Marinho.

O presidente do Senado havia convocado a sessão desta quinta depois de reuniões com líderes partidários da Casa. Em nota, Alcolumbre disse que não aceitaria “intimidações nem tentativas de constrangimento”.

“Seguiremos votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”, declarou.

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Impeachment de Moraes

Ao anunciar a desocupação do plenário, o senador Rogério Marinho comemorou a reunião de 41 assinaturas de colegas da Casa em um ofício que pede “celeridade” ao presidente do Senado para a análise do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O senador disse esperar que, com o documento, Alcolumbre recepcione e avalie a possibilidade de a Casa avançar no assunto.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também participou da entrevista coletiva da oposição e disse que o Brasil vive “um momento histórico”.

— Alexandre de Moraes precisa voltar a ter limites — disse o filho mais velho do ex-presidente Bolsonaro.

Veja fotos da ocupação das mesas do Congresso

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Protesto

Na noite de quarta (6) a Câmara conseguiu retomar as atividades, sob empurra-empurra. O presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), só conseguiu tomar o controle do plenário depois de mais de 2h de negociação. Ao assumir a mesa, ele afirmou que a democracia “não pode ser negociada” e que interesses pessoais ou eleitorais não podem estar acima da vontade popular.

Senadores e deputados bolsonaristas busca obstruir os trabalhos do Congresso para tentar impor a discussão do que chamaram de “pacote da paz”, que inclui:

  • perdão a condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023;
  • fim do foro privilegiado;
  • e impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.

*Com informações do g1 e do Metrópoles.

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